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O luto do parto sonhado

Nem sempre o parto sai como planejado, mas nenhuma mulher deve se culpar por isso. Especialista conta como lidar com a experiência desse tipo de luto

Por Luciana Herrero, pediatra*
Atualizado em 16 dez 2019, 11h01 - Publicado em 9 out 2019, 10h29

Cada relato de nascimento é como um bordado feito à mão. Nunca um parto é igual a outro. E, por mais que a gestante se prepare física e emocionalmente para esse momento — estudando, lendo livros, conversando com a família e elaborando o plano de parto, o que é muito bem-vindo, aliás —, nem sempre tudo sai como planejado.

Para muitas delas, o sonho do parto normal pode acabar numa mesa cirúrgica. Seja por uma condição clínica que indique a cesariana, seja por situações lamentáveis, como a indisponibilidade de obstetras para acompanhar o parto normal. Para algumas mulheres, tudo ok! A mudança de última hora não tem um impacto negativo.

Contudo, existem aquelas que sentem uma grande dor por isso. Surge uma mescla de emoções: frustração, tristeza, decepção, impotência, raiva e até uma pitada de culpa. Emoções essas que, muitas vezes, são incompreendidas e negligenciadas pelos profissionais de saúde e pelos próprios familiares. Trata-se de um pacote psicológico que pesa muito e pode atrapalhar o pós-parto.

Os primeiros três meses do bebê são desafiadores para as mulheres. São muitas as mudanças: alterações hormonais, nova rotina na casa, horários diferentes de sono… Além das frequentes e intermináveis demandas da criança.

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Viver um luto do parto só vai tornar todo esse momento muito mais difícil. Atrapalha a autoestima, a amamentação, o vínculo afetivo com o bebê e com o parceiro. Se não cuidarmos disso, pode ser o estopim para depressão pós-parto.

O melhor conselho para quem vive ou viveu o luto do parto sonhado é encará-lo de verdade. Não se deve tentar apagar as lembranças ou botar panos quentes dizendo que está tudo bem quando na verdade não está. Buscar colocar sob o tapete emocional algo que marcou a vida não faz nada bem.

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É preciso aceitar os sentimentos, positivos ou negativos, reduzir a autocrítica e procurar a ajuda de grupos de apoio e especialistas. Eis o caminho mais seguro para cicatrizar as feridas emocionais.

Falo com experiência própria: apesar de ser médica pediatra, infelizmente sofri muito pelo fato de nenhum dos meus partos ter saído como planejei. Por falta de informações e ingenuidade para lidar com os desafios, me deixei ser levada. Mas meus erros e frustrações me impulsionaram a estudar o assunto.

Se eu soubesse antes o que sei hoje, tenho certeza de que o nascimento das minhas filhas teria sido diferente. Por isso, escrevo os livros que gostaria de ter lido na gestação. Quero e espero ajudar outras mães a terem partos mais conscientes e felizes.

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*Luciana Herrero é pediatra e autora da coleção de livros O Diário de Bordo (clique aqui para comprar), que abordam a gestação, o parto e o desenvolvimento dos bebês.

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