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Exercícios físicos, imunidade e o combate à Covid-19

Atividade física moderada aumenta a imunidade, ajudando no combate ao coronavírus, já treinos intensos... Especialista dá conselhos a quem estava parado

Por Fabio Ceschini, profissional de educação física*
Atualizado em 9 jan 2021, 14h30 - Publicado em 9 jan 2021, 10h14

Nunca se falou tanto em imunidade. Com a pandemia do coronavírus, a preocupação das pessoas em melhorar a performance do seu sistema imune aumentou significativamente. Mas será que tem como realmente deixá-lo mais forte?

Não há dúvidas de que os exercícios físicos têm relação direta com a imunidade. No entanto, o que pouca gente sabe é que eles podem nos proteger ou, na contramão, nos deixar ainda mais suscetíveis a certas enfermidades. Isso porque práticas exageradas podem interferir nas barreiras de proteção do organismo e provocar o efeito contrário.

Com o avançar da idade, a imunidade sofre declínio de suas funções: fica menos ativa para a defesa e mais ativa para o desenvolvimento de processos inflamatórios, que podem desencadear doenças como diabetes tipo 2, depressão e problemas cardiovasculares.

Tudo acontece devido à presença das citocinas, substâncias que podem agir a favor de um mecanismo pró-inflamatório ou desencadear uma resposta anti-inflamatória. O exercício regular, e sem excessos, interfere nesse balanço, resultando em vantagens para o organismo.

As práticas físicas não melhoram apenas a imunidade ao longo da vida, mas também o fazem de forma pontual. Basta uma sessão de exercício para que ela fique mais aguçada em até aproximadamente duas ou três horas após o término da atividade.

Para ter ideia da relevância do tema, estudiosos já traçaram uma correlação entre exercícios físicos e a proteção ao novo coronavírus. Em artigo publicado na revista científica Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews, pesquisadores relatam, após analisar pacientes com Covid-19, que treinos aeróbicos contribuem para fortalecer a imunidade em geral e o sistema respiratório, podendo minimizar a morbidade e mortalidade decorrentes do vírus.

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Cabe destacar que práticas como correr, nadar e pedalar aumentam a imunidade especificamente no aparelho respiratório, o principal alvo do coronavírus.

Principalmente para os iniciantes, o ideal é caminhar ou correr sem ficar ofegante. Se achar que está difícil conversar enquanto faz o exercício, é porque já passou do limite. Por isso, cautela. Vejo muitos sedentários, sem preparo, comendo mal, ansiosos pelo confinamento, que começam a seguir maratonas online, com um ritmo acima do que podem aguentar.

Isso é capaz de ocasionar uma disfunção no sistema imune, propiciando um quadro inflamatório e ampliando o risco de infecções. Existem muitos treinamentos de efeitos supostamente rápidos, mas pouca fisiologia aplicada a esses treinos.

Por isso, não tente recuperar o tempo perdido. Evite treinos longos. Melhor fazer de 30 minutos diários a 60 minutos três vezes por semana. Independentemente do tipo de exercício, fracione a sessão em períodos mais curtos duas vezes ao dia, como 15 minutos pela manhã e 15 minutos à noite, se possível.

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Havendo desconforto com a máscara, como tontura e aceleração da respiração, reduza a intensidade e aumente o tempo de intervalo dos exercícios.

Já para quem treina e quer intensificar o ritmo, pode até aderir a um treino vigoroso, mas não todos os dias. Isso porque nessa intensidade acelerada e constante também há reflexos imunológicos: pode diminuir a fração de células de defesa chamadas neutrófilos, a primeira barreira que o vírus encontra ao entrar no corpo.

Então, continuem se mexendo e se cuidando. O vírus ainda circula e, acima de tudo, precisamos estar bem e fortes.

* Fabio Ceschini é profissional de educação física e especialista em fisiologia do exercício, mestre pela Faculdade de Saúde Pública da USP e doutor pela Universidade São Judas Tadeu. É também fundador da plataforma de ensino Viajando pela Fisiologia, que capacita profissionais de saúde e educação física na prescrições de treinos, sobretudo para pacientes com doenças crônicas

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