Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

É preciso abrir caminho a uma nova era no tratamento do câncer de mama

A ampliação do arsenal terapêutico para tumores avançados no SUS e na saúde suplementar é essencial para que milhares de mulheres vivam mais e melhor

Por Antonio Carlos Buzaid, oncologista*
24 set 2021, 16h23

Nas últimas décadas, observamos o tratamento do câncer tomar novos rumos. O desenvolvimento de exames, moléculas, terapias e combinações entre elas tem possibilitado personalizar o enfrentamento da doença, trazendo novas perspectivas aos pacientes e à prática clínica.

Nesse contexto, a “quimioterapia oral” consiste em um dos principais avanços da medicina para tratar diversos tipos de tumor. O nome é usado para simplificar o termo “terapia-alvo oral para o tratamento oncológico”: trata-se de medicamentos que atuam em pontos específicos da célula cancerosa e inibem seu crescimento, sendo, em sua maioria, usados na forma de comprimidos.

Quando falamos do câncer de mama, é importante pontuar que esse já é o tipo de câncer mais incidente no mundo em mulheres. No Brasil, os desafios começam nas dificuldades do diagnóstico precoce: cerca de 35% das pacientes descobrem o câncer já nas fases mais avançadas, quando a doença pode atingir outros órgãos e as chances de cura estão reduzidas.

Com a pandemia de Covid-19, então, o cenário tende a piorar. Em 2020, a realização de mamografias de rastreamento e diagnóstico teve queda de 45% na rede pública, e, em 2021, esse número já chegou a 50%. Uma enorme demanda reprimida por diagnóstico e tratamento deverá ser observada no pós-pandemia, em um cenário ainda mais desafiador para os sistemas de saúde.

+ LEIA TAMBÉM: A verba para o combate ao câncer de mama não pode esperar

Tal cenário também se reflete nos desafios para o acesso a novas terapias. Há quase duas décadas não existem, à disposição da população, atualizações relevantes para tratar o câncer de mama metastático mais comum, o chamado câncer de mama luminal, que tem como característica principal a presença de receptores hormonais e a ausência de proteína HER-2 nas células tumorais. É o tipo mais prevalente hoje, representando sete em cada dez casos.

As principais inovações para enfrentar esse tipo da doença já estão disponíveis no sistema privado brasileiro, mas não na rede pública, o que reflete uma enorme disparidade no acesso ao tratamento para as mulheres que não têm plano de saúde.

Atualmente, está aberta uma janela de oportunidades para a contribuição da sociedade civil na incorporação de novas terapias para o câncer de mama avançado no SUS, um passo essencial para trazermos aumento de sobrevida e, principalmente, qualidade de vida a essas pacientes.

E nessa luta todos podem se engajar: a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) está com uma consulta pública para a incorporação de uma classe terapêutica inovadora voltada ao tratamento de pacientes com câncer de mama luminal avançado ou metastático, os inibidores de ciclina, medicamentos que atuam contendo a multiplicação das células doentes.

Continua após a publicidade

Para contribuir em uma consulta em vigência, é necessário acessar o site da Conitec, checar as listas disponíveis e os procedimentos previstos por cada uma. Médicos, demais profissionais da saúde, pacientes e a população em geral podem participar desse processo. No centro da discussão gira o acesso a tratamentos mais modernos e eficazes e a vida de tantas brasileiras.

* Antonio Carlos Buzaid é oncologista, diretor médico do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e cofundador do Instituto Vencer o Câncer

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.