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Dá para evitar o câncer de pâncreas?

Médico explica o que está ao nosso alcance na prevenção e no tratamento de um dos tumores mais temidos

Por Dr. Raphael Araujo, cirurgião oncológico*
Atualizado em 19 fev 2020, 10h59 - Publicado em 10 set 2019, 14h43

Volta e meia vemos, na imprensa e na internet, pessoas que descobriram ter câncer de pâncreas e pouco tempo depois vieram a morrer. O ator americano Patrick Swayze, o criador da Apple Steve Jobs, o tenor Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez são alguns exemplos. Apesar de não ter uma incidência alta — afeta em torno de 2% da população, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) —, a doença é bastante letal. Chega a matar 95% dos acometidos em até cinco anos.

Um dos grandes desafios é que os sintomas do problema podem ser confundidos com os de outras condições mais simples, o que tende a retardar a detecção precoce. Não raro, quando se faz o diagnóstico, o tumor já se encontra avançado e se espalha para outros locais do corpo.

O câncer de pâncreas costuma ser mais frequente em homens acima dos 50 anos. De acordo com os índices de mortalidade por câncer no Brasil, o tumor de pâncreas figura em quinto lugar em mulheres e em sétimo entre os homens.

Entre os fatores de risco passíveis de intervenção, estão o fumo e o consumo excessivo de bebida alcoólica. Sabemos que o tabagismo é capaz de aumentar em três vezes a probabilidade de ter a doença. Quanto maior o número de cigarros ou o tempo de exposição ao tabaco, maior o risco. Outros fatores que podem elevar a propensão ao tumor são diabetes, pancreatite crônica e história familiar da doença.

Esperar sinais do problema para, então, cuidar da saúde não é algo recomendável nesse caso. O mais importante aqui é manter um acompanhamento médico regular e informar ao profissional a presença dos fatores de risco. Se necessário, serão solicitados exames que investigam a doença — eles podem compreender testes laboratoriais, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética.

Entre os sintomas mais comuns para o câncer de pâncreas estão a icterícia (quando a pele e os olhos ficam com coloração amarelada), dor abdominal, anemia e perda de peso e de apetite.

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Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento vai depender do grau da doença. Entre as opções estão cirurgia aberta ou minimamente invasiva (laparoscopia e robótica), radioterapia e quimioterapia.

Hoje muita atenção se tem dado à terapia neoadjuvante, método no qual se inicia a quimioterapia (associada ou não à radioterapia) com o intuito de diminuir o tumor para depois retirá-lo com cirurgia. Essa conduta vem obtendo bons resultados.

Outro recurso que parece transmissor é a cirurgia robótica, que tem crescido no país para essa finalidade. Nesse procedimento, a visão em 3D, a magnificação da imagem e as pinças cirúrgicas articuladas permitem movimentos similares aos do punho humano, possibilitando a realização de uma cirurgia mais precisa, com menor sangramento e menos dor ao paciente no pós-cirúrgico. O retorno às atividades do dia a dia também é mais rápido.

Recentemente, um estudo apresentado no ASCO, o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica,  mostrou que um medicamento seria capaz de reduzir significativamente a progressão do câncer de pâncreas avançado em pacientes que apresentam mutações no gene BRCA.

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Foram avaliados 3 315 pacientes, dos quais 247 tinham essa alteração genética. Esse gene é hereditário e aumenta a possibilidade de se desenvolver cânceres como os de pâncreas, mama, ovário e próstata — o mesmo gene BRCA ficou mais conhecido do público quando a atriz Angelina Jolie fez uma dupla mastectomia preventiva por ter essa mutação para o câncer de mama.

Do grupo que recebeu o medicamento, 47% tiveram redução do risco de progressão da doença em comparação com o grupo de controle. O tumor também ficou controlado por mais que o dobro do tempo em comparação com os pacientes que receberam o placebo.

A mensagem que gostaria de deixar a você é: evite os fatores de risco de origem comportamental, busque um estilo de vida saudável e converse sempre com seu médico para que essa, ou qualquer outra doença, possa ser diagnosticada precocemente e tratada com eficácia.

* Dr. Raphael Araujo é cirurgião oncológico do aparelho digestivo, proctor de cirurgia robótica no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, cirurgião oncológico na rede Américas e professor de gastrocirurgia da Universidade Federal de São Paulo

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