Uma música para dormir bem
Ouvir composições clássicas antes de se deitar pode ser uma saída simples e efetiva para driblar a insônia
De acordo com uma revisão da Universidade Aarhus e da Academia Real de Música, ambas na Dinamarca, escutar esse tipo de melodia antes do descanso noturno auxilia mesmo a pregar os olhos. Publicado pelo Instituto Cochrane, um dos centros de pesquisa mais rigorosos no mundo, o trabalho conclui que ouvir de 25 a 60 minutos de música antes do encontro com o travesseiro é, de fato, uma solução segura e eficaz contra alguns quadros de insônia.
“O som contribui para o relaxamento, tira pensamentos angustiantes de cena e induz emoções positivas. Tudo o que facilita a entrada no sono”, diz a neurocientista dinamarquesa Kira Vibe Jespersen. Cabe lembrar, no entanto, que insônia pra valer exige olhar médico. Até porque, às vezes, a música sozinha não dá conta do recado.
Tira-dúvidas para curtir um som e dormir melhor
O estilo importa?
Sim! Prefira os tipos mais calmos. A maioria das pesquisas é feita com música clássica ou instrumental. Bossa nova e jazz também são boas pedidas.
O volume influencia?
Não coloque numa altura muito alta, porque isso pode atrapalhar a chegada do sono. Fones de ouvido não são indicados.
Quanto tempo devo escutar?
De acordo com as evidências, vale dar o play no aparelho de som com até uma hora de antecedência. Aproveite o tempo para relaxar.
O som pode ficar ligado durante a noite toda?
A princípio, sim. Mas, se a música acorda você na madrugada, é prudente desligá-la quando estiver ensonado.
Ela é bem-vinda em outros momentos do dia?
Opa! A música também ajuda a concentrar. Só tome cuidado para não se isolar do ambiente com os fones de ouvido.
Um sonzinho depois da cirurgia
Experts da Universidade Brunel, na Inglaterra, analisaram 73 artigos científicos e concluíram que escutar músicas relaxantes após uma operação reduz a dor e a ansiedade, além de diminuir a necessidade de analgésicos. “O mais interessante foi perceber que as melodias trazem benefício até para indivíduos sob efeito de anestesia geral”, relata a cirurgiã Elizabeth Ball, que assina o estudo, publicado no periódico The Lancet. O desafio agora é entender como os acordes reverberam na massa cinzenta — mesmo quando estamos apagados.