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Sinusite: o fim desse mal

Haja dor de cabeça, congestão nasal... Conheça todas as saídas para tratar esse aperto

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 11 abr 2019, 12h44 - Publicado em 13 set 2013, 22h00
Reportagem: Paula Desgualdo
Reportagem: Paula Desgualdo (/)
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Respire fundo. No inverno o nariz sofre — e como sofre! Casacos guardados durante meses finalmente saem do armário, o ar está mais seco e a poeira voa livre, leve e solta por todos os cantos. Para piorar, a gente tenta esquentar o corpo se amontoando em locais fechados, um prato cheio para a proliferação de vírus e bactérias. Assim, está armado o circo para que as doenças respiratórias promovam seu show.

Nesta época, gripes e resfriados dão o ar da graça e a rinite ataca, deixando as vias aéreas expostas a toda sorte de inflamações. Aí, basta um micro-organismo mais esperto aproveitar a brecha e pronto: instala-se a sinusite — ou rinossinusite, como preferem os especialistas. “É muito raro ocorrer a sinusite sem uma rinite”, justifica Antônio Douglas Menon, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Quem já enfrentou o problema conhece os sintomas: a cabeça fica pesada e o rosto parece que vai explodir. Sem falar naquela secreção esverdeada que sai do nariz. Mas a doença às vezes dá sinais menos óbvios. “Rouquidão e tontura também podem ser indícios”, exemplifica o otorrinolaringologista Fernando Chami, do Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa, em São Paulo. Até dor de dente a sinusite, como ainda é popularmente conhecida, pode provocar.

Sinuplastia

Felizmente, a ciência tem trabalhado para desenvolver novas soluções para dar fim a esse sufoco. A equipe do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, na capital paulista, trouxe ao Brasil uma cirurgia criada nos Estados Unidos, parecida com o procedimento usado para desentupir artérias do peito: a sinuplastia com balão. “É mais uma ferramenta para combater a rinossinusite”, acredita o otorrinolaringologista João Flávio Nogueira. Menos agressiva do que a cirurgia tradicional, ela seria recomendada para crianças, idosos ou aqueles que não podem se expor a sangramentos, por exemplo.

“É importante frisar que a nova técnica não é a solução para todos os problemas”, pondera João Flávio Nogueira. Ou seja: embora a sinuplastia apresente bons resultados – os pacientes que fizeram o teste passam muitíssimo bem -, o método requer indicações precisas, e nem sempre é a melhor escolha.

A cirurgia tradicional, que como a nova operação também é guiada por videoendoscopia, continua cumprindo eficientemente o papel de desobstruir os seios paranasais – para isso, os tecidos que estão bloqueando as cavidades são cortados e removidos. “Hoje, ela melhora a qualidade de vida dos pacientes em cerca de 85% dos casos crônicos”, aponta Renato Roithman, presidente da Academia Brasileira de Rinologia.

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A intervenção cirúrgica só entra em cena em casos graves ou quando todas as possibilidades de tratamento clínico falham.

As causas

Antes disso, é preciso identificar o que está por trás da sinusite. O quadro infeccioso pode ser desencadeado tanto por vírus como por bactérias ou fungos. “O tratamento varia de acordo com a origem do problema”, diz Francini Pádua, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

Já para afastar uma sinusite alérgica – mais essa! -, não adianta lançar mão de remédios se o paciente continuar exposto aos fatores que causam a alergia. No outono e no inverno, detectar a causa fica um pouco mais simples. “Por volta de 95% dos casos de sinusite bacteriana acontecem depois de uma gripe”, contabiliza Francini. Sabe quando ela não vai embora por completo? O nariz continua travado, escorrendo e o mal-estar não passa. O incômodo pode sumir sozinho, mas, se os sintomas perdurarem por mais de dez dias, é sinal de que uma bactéria entrou na jogada. O melhor, nessa situação, é correr para o médico.

É sinusite?

“O diagnóstico é eminentemente clínico”, afirma Luci Hidal, otorrinolaringologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. No próprio consultório, o especialista analisa o histórico do paciente e realiza a rinoscopia, exame visual feito com o auxílio de um instrumento com formato de tubo, o espéculo. “É necessário checar o aspecto do nariz, do ouvido e da garganta”, explica o otorrinolaringologista Luciano Neves, da Universidade Federal de São Paulo.

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Uma análise mais detalhada é possível graças à nasofibroscopia — no caso, uma fibra ótica é introduzida no nariz e registra em vídeo o seu percurso pela cavidade nasal. “Os raios X simples também podem ajudar, mas não são essenciais”, diz Neves. Dos exames de imagem, o mais pedido é a tomografia da face – ele é mais preciso, mas costuma ser solicitado sobretudo quando há suspeita de que seja um caso cirúrgico.

Pessoas com alergia ou asmáticos, por exemplo, estão na lista negra da sinusite. “Doenças alérgicas normalmente causam congestão da mucosa nasal e dos seios da face”, constata Renato Roithman. “Isso prejudica a ventilação e propicia a instalação do processo infeccioso”, acrescenta.

Aí, forma-se um círculo vicioso: a alergia predispõe à sinusite, que, por sua vez, piora a alergia. O cigarro — precisa falar? — deixa a situação ainda mais crítica. Assim como a poluição, que irrita pra valer as vias aéreas. Claro que não só quem vive em grandes metrópoles está sujeito a esse infortúnio, mas ele agrava o quadro.

O bom e velho vapor

Se o seu nariz é um sofredor, saiba que a antiga recomendação de inspirar por alguns minutos o vapor produzido por um banho quente já dá uma boa aliviada nos sintomas. “Os vasos se contraem e facilitam a passagem do ar”, explica Luciano Neves. Além do efeito sauna, não dispense a inalação e a lavagem do nariz com soro. Assim, a secreção fica mais fluida e tende a sair com maior facilidade.

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E o melhor: não há contraindicação. “Sempre que a pessoa sentir desconforto, pode inalar vapor ou lavar o nariz”, libera Francini Pádua. Evitar ambientes com ar condicionado e beber bastante líquido — a hidratação é uma aliada nessas horas — também são de grande valia.

Atenção ao tratamento

Mas muita atenção aos descongestionantes. “Esse tipo de medicamento gera dependência”, alerta Neves. Como podem provocar taquicardia, não são recomendados a grávidas, crianças e idosos, por exemplo. E repare: os médicos não prescrevem seu uso por mais de cinco dias. “Na verdade, não existe medicamento isento de efeitos adversos. Por isso, a orientação de um profissional é indispensável”, conclui Roithman.

E para cada caso há um remédio. Não importa se são anti-inflamatórios, antibióticos ou spray de corticoide, todos ajudam a desentupir a rota do ar, mas, batendo na mesma tecla, sempre, sob orientação de um especialista. “O tratamento pode levar meses”, avisa Fernando Chami. Portanto, para quem está tentando mandar a sinusite para longe de uma vez por todas, aqui vai um conselho: respire fundo.

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