Por que sentimos cãibra ao malhar demais?
Ela é uma contração involuntária, dolorosa e que não causa lesões mais graves. Confira as duas hipóteses mais aceitas hoje
Durante a crise de cãibra, é importante alongar suavemente a região. Confira as hipóteses por trás desse problema.
Hipótese A – açúcar
1. Quebra
O músculo utiliza, ao longo do exercício, a glicose como combustível. Um dos resultados desse processo é a produção de ácido lático.
2. Estoque
Quando o esforço é pesado, o organismo não consegue eliminar essa substância, que vai se acumulando aos poucos.
3. Cansaço
Em excesso, ela altera o pH local, que, mais ácido, atrapalha diversas funções das células. Daí o músculo entra em fadiga.
4. Descontrole
Se a atividade não é interrompida, a quantidade de ácido lático fica tão alta que incita doídos espasmos musculares. É a cãibra.
Hipótese B – sais minerais
1. Ordem
Um impulso elétrico sai do cérebro, passa pela medula e pelos neurônios motores e chega até o músculo. A mensagem é simples e direta: comece a se mexer.
2. Troca
A partir desse recado, moléculas de potássio saem das fibras e as de sódio entram. Depois, trocam de lugar de novo. E outra vez. Esse vaivém põe a musculatura para trabalhar.
3. Saída
Acontece que, se o esporte dura mais de uma hora ou é muito puxado, o corpo começa a perder sais minerais, como o sódio e o potássio, por meio da transpiração.
4. Carência
Aí, o equilíbrio entre os dois elementos é afetado e aquela variação de posições se torna deficiente. O músculo fica pirado, contraindo-se intensamente sem relaxar.
O que fazer?
Durante a crise, procure alongar a região acometida pela cãibra de maneira suave, sem fazer deslocamentos bruscos – nada de puxar as pernas com força, como fazem os jogadores de futebol. Ainda vale fazer massagem para aliviar um pouquinho a dor.
Como prevenir
Para passar ileso pelas pegadinhas musculares, não adianta comer uma penca de bananas. O segredo está na alimentação equilibrada. Também capriche na hidratação durante o esforço físico – isotônicos podem ajudar, mas só se o exercício for longo ou extenuante. Procure orientação.
Fontes: Claudio Pavanelli, fisiologista do exercício do Clube de Regatas do Flamengo e da BeOne; Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo; Jomar Souza, especialista em medicina do esporte e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte; Pablius Braga, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.