Os perigos da vaporização vaginal
Essa moda que já chegou ao Brasil promete um monte de benefícios. Mas, na verdade, pode provocar infecções nas partes íntimas da mulher
Sentar-se sobre uma bacia cheia de água quente e ervas aromáticas virou tendência recentemente entre as mulheres: clínicas e spas em vários cantos do mundo passaram a oferecer a tal da vaporização vaginal às suas clientes. No nosso país mesmo, é até possível encontrar à venda na internet kits para experimentar a técnica em casa.
Seus defensores dizem que os vapores têm efeitos desintoxicantes e tonificadores, além de limparem o útero e reequilibrarem os hormônios femininos. Porém, a história não é bem assim.
“Não existe nenhuma comprovação científica desses benefícios”, afirma o médico Sérgio dos Passos Ramos, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. O feitiço, aliás, pode virar contra a feiticeira. “Esses banhos chegam a afetar as bactérias do bem que vivem na região vaginal, o que aumenta o risco de infecções”, alerta.
Três perguntas para entender a moda da vaporização vaginal
A tal técnica não é recente, na verdade. E nem parece cumprir o que promete
1 De onde surgiu essa história?
Povos da Nigéria e da Coreia do Sul possuem o hábito de fazer essas lavagens e umidificações regularmente. É um costume que passa de geração em geração.
2 Mas como é que ela se popularizou?
O assunto bombou quando a atriz americana Gwyneth Paltrow postou um texto em seu site elogiando a técnica, que já era oferecida em alguns estabelecimentos.
3 Devo fazer?
A recomendação geral é evitar a prática por causa da falta de resultados em estudos e do risco à saúde que ela representa. Na dúvida, melhor conversar com o ginecologista antes.
Até porque água e sabão neutro são suficientes para higienizar a vulva e os grandes lábios. Não há necessidade de lavar a parte interna e a vagina.