Um chocolate sem leite – mas com probiótico
Pesquisadora brasileira cria doce formulado com bactérias do bem. Elas são capazes de modular a flora intestinal e, assim, favorecer a saúde como um todo
Hoje, para garantir acesso aos probióticos, as bactérias que resguardam nossa microbiota, é preciso recorrer a produtos lácteos, como iogurte e leite fermentado, ou a cápsulas e sachês. Mas a engenheira de alimentos Marluci Palazzolli da Silva quis testar uma formulação que pudesse ser aproveitada por quem tem alergia ao leite ou intolerância à lactose.
Por isso, em pesquisa feita na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, ela decidiu incluir os probióticos em um chocolate meio amargo feito sem a bebida. Ele foi fornecido pelo Instituto Tecnológico de Alimentos de Campinas (SP).
A primeira dificuldade era garantir a sobrevivência dos micro-organismos, já que o habitual é mantê-los sob refrigeração. “Mas, aparentemente, os compostos fenólicos e a gordura do chocolate protegeram os probióticos”, relata Marluci.
“Aliás, durante os quatro meses de análise, as bactérias permaneceram viáveis”, completa a profissional. De maneira geral, as bactérias usadas são ligadas à melhora do trânsito intestinal e à redução no risco de câncer no intestino.
E o melhor: durante a pesquisa, 75% das pessoas que provaram o doce disseram que o comprariam. Será que ele vai chegar aos mercados?