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Tribunal da comida: como a ciência julga leite, trigo, açúcar e ovo

Esses alimentos foram cancelados pelos juízes da internet. Mas procede? Vasculhamos as evidências para saber quão culpados ou inocentes eles são

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 18 out 2024, 13h52 - Publicado em 18 out 2024, 13h39
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  • Não é de hoje que todo mundo dá pitaco sobre o que a gente come.

    Uma receitinha aqui, um conselho ali, uma contraindicação acolá. É um hábito natural — afinal, o ser humano tem fome de alimento e informação.

    No entanto, com a popularização das redes sociais e a onipresença delas na vida dos cidadãos, o papo de elevador, corredor ou boteco ganhou um palco iluminado. E, com frequência, o que era uma simples impressão pessoal se torna uma verdade absoluta capaz de influenciar milhões.

    É a era do tribunal da comida na internet, em que alguns alimentos são condenados como os arqui-inimigos da saúde.

    “O autorrelato nesse ambiente ganhou uma força enorme. Qualquer sensação ruim se torna uma intolerância ou uma alergia baseada no que a pessoa vê entre os posts compartilhados”, analisa a nutricionista Josefina Bressan, professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. “Só que na maioria das vezes isso não procede.”

    O buraco, na realidade, é mais embaixo: falta ciência em muitos causos e dicas divulgados pelos influencers por acaso ou profissão.

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    +Leia Também: Da teoria ao prato: como reverter empecilhos para uma alimentação saudável

    O fenômeno tampouco é algo novo. Informações desencontradas sobre alimentação já conquistavam holofote antes de a internet estourar. Dietas malucas, produtos miraculosos (muitos deles ultraprocessados) e sacadas de artistas de Hollywood sempre fizeram sucesso.

    Porém, hoje em dia, o poder do “comigo funcionou” alcançou outro patamar com Instagram, TikTok e companhia. Pior: há quem se apodere de um discurso sofisticado, mas sem pé nas evidências, para dobrar o número de seguidores e lucrar com soluções fáceis, como eliminar um único ingrediente da dieta.

    “Após a pandemia, cresceu a preocupação das pessoas com a saudabilidade, e bastante gente passou a acreditar em afirmações de influencers que soam científicas, mas não são”, afirma a nutricionista Erika Carvalho, presidente do Conselho Federal de Nutrição (CFN).

    É assim que viralizam teorias, postagens e vídeos ensinando que certos alimentos inflamam as células ou que shots matinais turbinam a imunidade. Nessa seara virtual, é comum ouvir termos técnicos fora de contexto e construções que buscam dar seriedade à proposta — X é bom porque “melhora o metabolismo das mitocôndrias”, Y é ruim “segundo um estudo de Harvard”.

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    +Leia Também: Dieta anti-inflamatória: ciência ou moda?

    Na infodemia — a epidemia de informações em circulação, muitas delas falsas —, realmente podemos ficar perdidos. “Combater a desinformação é um grande desafio, porque ganham mais projeção conteúdos sobre alimentos proibidos, dietas milagrosas e terrorismo nutricional, que colocam um alimento como causador de mortes e doenças”, alega Erika.

    “Mas o que vai dar saúde ou comprometê-la é o estilo de vida como um todo, não um alimento isolado”, ressalta.

    Apesar do esforço dos conselhos e sociedades científicas — e inclusive dos estudiosos que usam as redes para refutar mitos —, fato é que, no caldeirão da internet, fica difícil saber em quem acreditar, já que muitos profissionais também propagam ideias sem fundamento a fim de arrecadar fãs e clientela.

    “Tem aqueles que diagnosticam todo mundo com intolerância à lactose e doença celíaca”, exemplifica Josefina, ela mesma rotulada com essas condições, mesmo tomando leite no café da manhã desde sempre e nunca sentindo nada de estranho.

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    Em geral, quatro alimentos protagonizam as polêmicas e condenações no tribunal digital: trigo (incluindo o pão e o glúten), leite, ovo e açúcar. Que tal descobrir se eles merecem ou não esse julgamento?

    1. Trigo, pão e glúten: excluí-los do cardápio pode ser um tiro no pé

    2. Ovo não aumenta o colesterol e faz bem à saúde

    3. Leite: condenado pela internet, celebrado pela ciência

    4. Açúcar é veneno? Entenda por que você deve fugir desse discurso

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