Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Reabilitação pós-Covid: como a alimentação pode ajudar?

Pesquisas indicam que ajustes na dieta e no estado nutricional colaboram para a recuperação e a qualidade de vida após a infecção pelo coronavírus

Por Dan Waitzberg, nutrólogo (Nutritotal)*
Atualizado em 30 abr 2021, 09h29 - Publicado em 29 abr 2021, 19h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Após mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, todos nós imaginávamos que, a esta altura, já estaríamos livres da doença. Infelizmente isso não aconteceu e, com o aumento de casos nos últimos meses, é importante conhecermos os melhores cuidados na fase de recuperação do problema, que pode abranger, inclusive, adaptações na alimentação.

    Publicidade

    A infecção pelo coronavírus já atingiu mais de 140 milhões de pessoas pelo mundo e seus principais sintomas incluem febre, tosse e fadiga, frequentemente associados ao comprometimento pulmonar. Em casos graves, com o aumento da inflamação sistêmica e a falta de ar, o paciente pode precisar ser internado e receber ventilação artificial numa UTI.

    Publicidade

    Já sabemos que ter idade avançada, doenças crônicas (como hipertensão e diabetes) e excesso de peso aumenta o risco de complicações pela Covid-19. E despontam evidências de que alimentação desequilibrada, sedentarismo, excesso de bebida alcoólica e tabagismo apresentem uma relação indireta com a maior gravidade da doença.

    Durante a fase de internação hospitalar e, principalmente, na reabilitação em casa, os cuidados com a alimentação influenciam a recuperação e a qualidade de vida de quem encarou de perto o coronavírus. O longo período de restrição ao leito, combinado com baixo consumo alimentar e o quadro inflamatório, promovem desnutrição. Sim, muitos dos pacientes chegam em casa desnutridos e com perda de massa muscular, o que pode agravar as sequelas e elevar o tempo de recuperação.

    Publicidade

    Nessas circunstâncias, a dieta deve ser ajustada para ser hipercalórica e, tantas vezes, enriquecida de suplementos proteicos. Para os doentes com dificuldade de deglutição após uma intubação prolongada, é necessário modificar a consistência dos alimentos, priorizando comida em forma de purês, por exemplo.

    Continua após a publicidade

    Em situações mais graves, orientamos o uso de uma sonda localizada no estômago até que a alimentação pela boca seja normalizada. Esses casos exigem acompanhamento profissional para realizar as devidas indicações e adaptações na dieta.

    Publicidade

    Outro ponto de atenção é que se mostra bastante comum o aumento nos níveis de açúcar no sangue durante e após a infecção pelo coronavírus. A hiperglicemia, como chamamos o quadro, está presente em diversas infecções e, no caso da Covid-19, também tem sido associada à ingestão inadequada de proteínas, fibras e micronutrientes como os minerais zinco e selênio e as vitaminas D, C e B12, sobretudo na presença de diabetes.

    Vale notar que os efeitos da hiperglicemia podem ser potencializados pela desnutrição. Mas se admite que o consumo de calorias e nutrientes em quantidade adequada ajude a restabelecer o controle glicêmico nesse contexto.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Em publicação recente no periódico Clinical Nutrition, pesquisadores observaram, após análise do consumo alimentar de populações de 170 países, que as maiores taxas de recuperação de Covid-19 ocorreram em territórios que já erradicaram a fome, demostrando o impacto da desnutrição no agravamento da doença.

    Além disso, o consumo balanceado de fontes de proteína teve destaque positivo na recuperação dos doentes. Os autores destacam que ovos, carnes, peixes e frutos do mar, bem como frutas, verduras e castanhas, foram os alimentos que, ingeridos rotineiramente, mais favoreceram a melhora.

    Publicidade

    Tudo isso também tem a ver com o já conhecido impacto de um cardápio saudável e diversificado no fortalecimento do sistema imunológico — leia mais a respeito aqui. Tem ficado cada vez mais claro que uma dieta e um estilo de vida equilibrado contribui não só na prevenção mas também na recuperação da Covid-19.

    * Dan Waitzberg é nutrólogo, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Ganep Nutrição Humana

    Continua após a publicidade

    (Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.