Em tupi, pequi significa “pele com espinho”. E não é pra menos: essa é a principal marca do alimento, nativo do Cerrado. Por isso, é preciso comê-lo com jeitinho, sem morder. Só que nem todo mundo tem paciência.
Para esse pessoal, uma ótima notícia: após vários anos de pesquisas, a Embrapa Cerrados e a Emater Goiás acabam de lançar três cultivares do fruto sem espinhos.
“E o sabor é mais suave”, observa o agrônomo Ailton Pereira, lembrando que, muitas vezes, a rejeição ao alimento tem a ver com a digestão trabalhosa.
Outra vantagem é a facilidade de aproveitar a castanha dentro do caroço. “Ela é gostosa e nutritiva”, crava Pereira. A paciência, agora, será essencial para experimentar o novo pequi. É que, entre cultivo e colheita, são necessários uns sete anos pela frente.
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Por que valorizar o fruto
Primeiro porque estamos falando de um alimento brasileiríssimo, típico do nosso Cerrado. Segundo porque, em termos nutricionais, ele bate um bolão. É rico em gorduras monoinsaturadas do tipo ômega-9, conhecidas pelo potencial anti-inflamatório, e reconhecido pela abundância de carotenoides, substâncias precursoras de vitamina A, e de vitamina C.
“Trata-se de um alimento muito bom para ser incorporado à dieta”, resume o pesquisador Ailton Pereira.