APLV: o que é a alergia à proteína ao leite de vaca? Ela tem cura?
Mais comum nos primeiros dois anos de vida, a APLV manifesta sintomas variados, desde vômitos e urticária até problemas respiratórios
A sigla APLV é capaz de causar calafrios em mães de crianças menores de 2 anos, grupo mais suscetível. A alergia à proteína do leite de vaca é uma reação exagerada do organismo a proteínas presentes no leite, mais especificamente no coalho (caseína) e no soro.
Essa defesa anormal do organismo provoca uma série de reações que podem ser agudas ou crônicas, o que acaba de confundir os pais e pediatras. Mas é bom lembrar que, embora o problema seja mais comum em bebês, todo mundo pode se tornar alérgico ao leite de vaca em algum momento da vida.
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Principais sintomas da APLV
As reações agudas são as mais facilmente identificadas da APLV, pois são as reações normais de uma alergia mediadas pelo anticorpo IgE, imunoglobulinas do tipo E:
- Urticária
- Vômitos em jato
- Falta de ar
Nas reações crônicas, ou seja, não mediadas pelo IgE, os sintomas gastrointestinais e respiratórias podem ser confundidos com viroses ou gripes. São eles:
- Diarreia
- Sangue nas fezes
- Cólicas
- Perda de peso
- Baixo ganho de peso
- Refluxo
- Constipação
- Nariz entupido
- Chiado no peito
- Tosse seca
Qual o tratamento para a APLV
O diagnóstico da APLV é clínico e feito por exclusão. Retira-se o leite da alimentação da criança para verificar a redução ou desaparecimento dos sintomas. Em caso de crianças amamentadas no peito, a mãe também precisa parar de consumir leite e derivados.
Se identificada a existência dessa reação, o tratamento é parar de consumir de vez alimentos que contenham leite de vaca.
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Algumas crianças ficam com APLV durante toda a infância e vida adulta; em outras, a alergia pode desaparecer por volta dos 3 anos.
Para identificar a cura da APLV, é reintroduzir o leite e seus derivados aos poucos, monitorando se os sintomas voltam sintomas.
Tanto a exclusão quanto a avaliação do momento de reintroduzir os alimentos lácteos deve ser monitorada por médicos. Nutricionistas também são aliados para que a retirada deste tipo de alimento não afete a absorção do cálcio e vitamina D.
Alergia não é o mesmo que intolerância
Sempre bom lembrar que a alergia é diferente da intolerância. No segundo caso, não há uma reação exagerada do sistema de defesa do corpo às proteínas do leite, mas uma dificuldade de digestão da lactose, o açúcar do leite.
Na intolerância, o indivíduo pode comer pequenas doses de alimentos com leite ou ingerir previamente uma enzima para ajudar na digestão.