Afinal, vitamina C efervescente pode fazer mal à saúde?
Em geral, é possível obter a vitamina pela alimentação. Mas, se suplementos forem necessários, é melhor buscar outras alternativas
O ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C, é parte essencial da saúde do organismo, já que apoia o funcionamento dos glóbulos brancos e estimula o sistema imunológico.
Essa fama faz com que muitas pessoas acreditem que consumir grandes quantidades da vitamina pode ajudar a prevenir resfriados e outras doenças, mas será que isso é verdade?
De fato, o corpo humano não é capaz de produzir sozinho a vitamina C, fazendo com que seja necessário adquiri-la de alguma forma.
A maneira mais fácil e eficaz é através do consumo de alimentos comuns na dieta, como legumes e frutas, especialmente as cítricas, caso da laranja e do limão. A crença exagerada sobre seus benefícios também leva muitos consumidores a procurar a suplementação vitamínica como uma forma de reforçar o organismo.
No entanto, essa prática não é eficaz e não previne doenças.
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Efeitos da vitamina C no organismo
Se, por um lado, a escassez deste componente pode causar problemas de saúde, altas concentrações de vitamina C podem provocar diarreia e cálculos urinários.
Como não há comprovação dos benefícios da suplementação sem indicação médica para isso, o reforço da vitamina por fora da alimentação só precisa ser feito quando for diagnosticada a deficiência da vitamina.
Quando ela é de fato necessária, uma dúvida comum é qual a melhor apresentação, entre cápsulas, gomas e tabletes efervescentes.
O risco dos efervescentes
Ao entrar em contato com a água, esse tipo de tablete apresenta uma reação química simples entre o respectivo ácido e o bicarbonato de sódio para formar um sal de sódio, dióxido de carbono (responsável pelas bolhas) e água.
Você deve ter notado na descrição da reação química que o sódio é mencionado diversas vezes e é precisamente neste fator que reside o principal perigo dos comprimidos efervescentes. O consumo frequente deste tipo de formulação pode contribuir com o desenvolvimento de hipertensão e de cálculos renais, graças ao elevado teor de sódio nos comprimidos.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, analisou diversas marcas disponíveis no mercado e verificou que o valor médio de sódio nos efervescentes é de 243 mg, o que representa 12% do valor total do consumo recomendado por dia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Outro problema apontado pela pesquisa é que, para garantir a estabilidade desses medicamentos, cada farmacêutica adota formulações diferentes que podem incluir o uso de corantes e aditivos. Essas substâncias podem provocar reações alérgicas e contribuir para o desenvolvimento de outros distúrbios no organismo.
Por isso, além de garantir que a suplementação é realmente necessária no seu caso, vale ter um cuidado extra para não exagerar na dose caso prefira optar pela versão efervescente.