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A influência da alimentação no controle da artrose

Médico explica como a saúde intestinal se relaciona com a inflamação nas articulações

Por Larissa Beani
16 out 2023, 14h12

Dores nas articulações do quadril, joelhos, coluna, mãos. Estes são os principais sintomas da osteoartrite, doença mais comum nos consultórios de reumatologistas, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Também conhecida como artrose, trata-se de uma condição degenerativa das juntas que atinge a maioria das pessoas com mais de 50 anos. Sem causa conhecida, ela está associada ao envelhecimento e à obesidade.

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Em geral, o tratamento é feito com exercícios físicos, medicamentos e, em casos graves, pode ser necessário realizar cirurgias. Antes que a doença chegue nesse ponto, porém, a alimentação pode ajudar a reduzir os danos do desgaste.

Isso acontece tanto por conta do papel do cardápio no surgimento (e controle) de inflamações pelo corpo quanto por vias indiretas. Garantir uma dieta saudável, afinal, pode prevenir condições que estão associadas com o aparecimento ou agravamento da progressão da artrose.

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“O controle adequado de diabetes, dislipidemia [presença elevada de gordura no sangue] e da síndrome metabólica são essenciais ao tratamento da osteoartrite”, defende Pedro Weingrill, reumatologista da Universidade da Região de Joinville (Univille/SC).

Em palestra no 40º Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado no início deste mês, o médico destacou a importância da atualização médica em relação aos novos estudos sobre o tema e da inclusão de cuidados alimentares no tratamento da artrose.

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Do intestino às articulações

Nos últimos anos, cresceu o conhecimento científico sobre a relação entre o bem-estar do nosso intestino e a saúde dos ossos e articulações.

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As bactérias e outros micro-organismos que habitam nossas entranhas formam a microbiota intestinal, uma camada protetora no nosso organismo.

Quando há um desequilíbrio neste microbioma, por doenças gastrointestinais ou hábitos de vida — estado que os médicos chamam de disbiose — o corpo sente.

“A disbiose é considerada um fator patogênico da osteoartrite, ou seja, contribui para o aparecimento da doença. Ela altera o sistema imunológico, induzindo a inflamação”, explica Weingrill.

Nutrientes importantes

Para evitar prejuízos à microbiota, alguns cuidados com a alimentação podem ser tomados. Entre as principais indicações, está a adesão a dietas que se aproximem da mediterrânea.

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A dieta do Mediterrâneo contém antioxidantes, ômega 3, polifenois e fibras prebióticas. Seus alimentos principais favorecem a manutenção da microbiota, a redução do colesterol e de carboidratos”, lista o reumatologista de Santa Catarina.

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Segundo o especialista, as fibras são um fator protetor contra as inflamações, que podem desencadear problemas em diversas partes do corpo, inclusive articulações e ossos.

Elas recebem o nome de prebióticas porque estimulam o crescimento de bactérias desejáveis no microbioma intestinal, criando um ambiente mais diverso e preparado para proteger nosso organismo.

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A categoria pode ser encontrada em frutas e verduras cruas, como raiz de chicória, cebola, aspargo, banana, maça, aveia, entre outros.

O ômega-3 também já foi associado com uma redução de marcadores inflamatórios e estresse oxidativo característicos da osteoartrite. Salmão, atum, amêndoas, espinafre e couve são alguns alimentos ricos nessa espécie de gordura boa.

“No geral, a dieta mediterrânea é uma dieta anti-inflamatória, justamente o contrário da ocidental [a nossa], em que nós consumimos muita carne vermelha e altos índices de gordura e grãos refinados. Essa é uma dieta inflamatória”, crava Weingrill.

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Prevenindo males

As escolhas alimentares podem ajudar a prevenir uma série de condições associadas à osteoartrite, em especial a síndrome metabólica,  fortemente associada a danos em ossos e juntas.

Ela é diagnosticada quando um indivíduo apresenta ao menos três de cinco distúrbios: resistência à insulina, obesidade, hipertensão, colesterol alto e triglicerídeos elevados.

Todas essas condições predispõem a um maior risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e articulares. “Quanto mais componentes da síndrome metabólica há [em uma pessoa], maior será a influência na osteoartrite”, resume Weingrill.

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