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Os despertares da mente no mundo animal

Filósofo e mergulhador examina em livro o desenvolvimento do aparato sensorial e cognitivo à luz da evolução

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 out 2022, 11h50 - Publicado em 19 out 2022, 11h50
polvo
Sistema nervoso descentralizado dos polvos, que têm neurônios nos tentáculos, é um dos exemplos descritos na obra.  (Foto: Henrik Sorensen/GI/Getty Images)
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A exemplo do corpo, a mente humana tal como a conhecemos não surgiu assim prontinha, da noite para o dia. Da mesma forma que aconteceu com outros tantos bichos por aí, é resultado de alguns milhões de anos de evolução no reino animal.

Um desses ramos da árvore da vida viu florescer o sistema nervoso e a capacidade cognitiva de aves e mamíferos (incluindo gente como a gente), um segundo foi dar no grupo dos insetos e crustáceos, outro foi moldar moluscos como os polvos…

Como todos os seres vêm de ancestrais em comum, é um exercício complexo e fascinante viajar entre o passado e o presente para entender como a natureza lapidou neurônios, cérebros e mentes.

No plural mesmo, porque não podemos nos dar ao luxo de pensar que só os humanos têm sensações, experiências subjetivas e, quiçá, consciência.

Daí o mergulho do filósofo australiano Peter Godfrey-Smith na história das espécies e na neurociência em Metazoa (Todavia) — termo que se refere aos animais compostos de muitas células.

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No livro, o professor, que também é mergulhador profissional, analisa como criaturas tão diferentes como esponjas-do-mar, camarões, polvos, peixes e mamíferos sentem o mundo e respondem a ele — uma jornada que tem início onde a vida começou, dentro da água.

capa do livro
(Capa: Todavia/Divulgação)

Metazoa
Autor: Peter Godfrey-Smith
Tradução: Daniel Galera
Editora: Todavia
Páginas: 376

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+ LEIA TAMBÉM: Prêmio Nobel vai para descobertas genéticas sobre a evolução humana

Questões em aberto

Perguntas e discussões trazidas por Peter Godfrey-Smith no novo livro

Todo animal tem algum tipo de cognição?
Depende do que se entende por cognição, mas dá para dizer que mesmo animais mais “primitivos” possuem a capacidade de sentir o ambiente e reagir a ele — o que inclui companheiros de espécie e eventuais predadores.

Além dos humanos, outros animais teriam consciência?
Boa parte dos bichos é senciente: capta informações ao redor e guia seu comportamento com base nisso. A questão da consciência, que envolve habilidades complexas de memória e raciocínio, é controversa. Há quem diga que não é exclusividade humana.

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O cérebro humano está no topo da evolução no reino animal?
Seria uma afirmação bem presunçosa. Godfrey-Smith, fã dos polvos, nos mostra como o sistema nervoso descentralizado desses moluscos está por trás de proezas inimagináveis para um ser humano. Somos ramos distintos na evolução das espécies.

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