Enfim, uma arma contra a leishmaniose visceral canina
Chega ao mercado nacional um medicamento que evita o sacrifício do cachorro e ajuda a prevenir novos casos da doença
Até este ano, não havia final feliz para animais com leishmaniose visceral canina no Brasil. Uma lei de 1953 proibia o tratamento dos pets a fim de impedir que o protozoário ligado à condição, a leishmania, se tornasse resistente à droga utilizada para combatê-lo em seres humanos.
Com a aprovação de uma revisão legislativa, no entanto, essa história começou a mudar. “A liberação de medicamentos de uso exclusivamente veterinário registrados pelo Ministério da Agricultura abriu caminho a uma série de estudos realizados com o objetivo de preservar a vida desses cães e, ainda assim, barrar novas transmissões”, explica Valdir Avino, gerente de assuntos regulatórios da Virbac, de São Paulo.
Após oito anos de pesquisa, a companhia farmacêutica acaba de lançar o primeiro medicamento aprovado para leishmaniose visceral canina no país. “Trata-se de uma solução oral à base de miltefosina, substância capaz de praticamente eliminar as leishmanias presentes no organismo do animal. Inclusive, isso impossibilita que o flebótomo, mais conhecido como “mosquito-palha”, continue repassando a leishmania para outros hospedeiros a partir do cão em questão”, diz Avino.
O tratamento é feito por 28 dias seguidos, com três meses de intervalo. O ciclo é reiniciado se o veterinário considerar necessário, geralmente quando o cão apresenta algum sintoma de recaída, como feridas na pele e inflamação nas pálpebras. Vale ressaltar que a droga não é recomendada para fêmeas grávidas e reprodutores.
Fora o medicamento, que só pode ser adquirido mediante prescrição de um veterinário, a Virbac disponibiliza um aplicativo que atua como canal de auxílio ao profissional e ao dono do cachorro, o Virbac Club Pet. Ambos recebem alertas e informações importantes sobre o acompanhamento e o tratamento e, assim, podem se programar para o retorno do animal à clínica.