Inteligência artificial ajuda na análise de biópsias
Sistema baseado em inteligência artificial permite analisar e laudar a distância amostras de tecidos renais e hepáticos
O Brasil sofre com a falta de patologistas, principalmente em regiões mais afastadas, e esses profissionais são decisivos para avaliar e laudar biópsias, uma etapa importante no diagnóstico e no direcionamento do tratamento de uma série de doenças. Essa carência de especialistas é sentida sobretudo na inspeção de tecidos renais e hepáticos.
“O PathoSpotter é um sistema computacional que pode mudar esse cenário, danoso principalmente para as classes menos favorecidas”, diz o patologista Washington dos Santos, pesquisador da Fiocruz na Bahia e idealizador da inovação.
“Por meio da inteligência artificial, ele busca fazer análises rápidas e de alta precisão das biópsias”, explica.
O programa, que vem sendo desenvolvido nos últimos dez anos, pretende dar suporte a profissionais de todos os cantos do país. Basta carregar a foto de uma lâmina no sistema e aguardar o laudo. Cada imagem inserida, aliás, contribui para aumentar a precisão do PathoSpotter.
A tecnologia ainda carrega um potencial educacional, uma vez que, conforme acumula mais e mais dados, é capaz de apontar novos padrões associados a anomalias nas lâminas.
“Com base nesse conhecimento contínuo, os patologistas poderão aprimorar suas próprias práticas”, argumenta Santos.
A perspectiva real de um programa que melhora, acelera e amplifica o trabalho desses profissionais — o que, no fim, culmina em diagnósticos e tratamentos mais certeiros contra enfermidades que afligem os rins e o fígado — levou o projeto a ser reconhecido como o grande destaque em Medicina Diagnóstica do 5° Prêmio Dasa de Inovação Médica com VEJA SAÚDE.
Trabalho vencedor: PathoSpotter: inteligência artificial aplicada ao diagnóstico anatomopatológico
Autores: Washington Luis Conrado dos Santos, Luciano Rebouças de Oliveira e Angelo Duarte.
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/ Bahia).