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Saúde mental dos idosos: como reconhecer e ajudar pessoas com problemas

Atenção aos sinais de alerta é essencial para poder apoiar um indivíduo longevo diante de questões que afetam a mente

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 nov 2025, 20h26 - Publicado em 26 set 2025, 14h16
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Pessoas na terceira idade sofrem mais com a solidão (Foto: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Existem vários fatores que podem impactar a saúde mental na terceira idade.

Seja pela perda entes queridos, de sua autonomia, de papéis sociais, de vigor físico e mental… Todas essas experiências elevam o risco de maior isolamento social, problemas de saúde crônicos e depressão. Transtornos de ansiedade também são comuns e podem estar ligados a medos sobre a saúde, finanças, segurança e o futuro.

Problemas cognitivos relacionados com o processo de envelhecimento doentio cerebral causam prejuízos na memória, raciocínio e comportamento, afetando significativamente a qualidade de vida do idoso e de seus familiares.

“À medida que a pessoa envelhece, o círculo social tende a diminuir devido à morte de amigos e parentes ou à dificuldade de locomoção do próprio indivíduo. O isolamento é um grande fator de risco para a depressão e o declínio cognitivo também”, destaca o médico psiquiatra Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No Setembro Amarelo, convém saber como ajudar esta fatia em crescimento da população.

+ Leia também: Viver mais e melhor: veja histórias de quem está reescrevendo a velhice

Para quem já tem transtornos é pior

A transição para a maturidade em pessoas que já convivem com transtornos mentais, como esquizofrenia ou transtorno bipolar, não é algo naturalmente tranquilo. Pelo contrário, podem ocorrer agravamentos e complicações.

“O envelhecimento pode exacerbar os sintomas de alguns transtornos. Por exemplo, uma pessoa com esquizofrenia tende a enfrentar mais dificuldades cognitivas na velhice, e os sintomas como apatia podem se intensificar”, explica Oliveira.

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De acordo com o especialista, o adoecimento físico na velhice interfere na ação e na tolerância a medicamentos psiquiátricos, exigindo ajuste cuidadoso da medicação e monitoramento constante.

“A pessoa idosa com um transtorno mental crônico está sujeita a desenvolver outras condições de saúde mental, como depressão, devido aos desafios adicionais do envelhecimento”, acrescenta.

+ Leia também: Envelhecimento: conheça o teste simples que prevê vida longa ou ladeira abaixo

Perda de autonomia

A necessidade de depender de outras pessoas para tarefas diárias, seja por problemas de saúde física ou cognitiva, pode gerar sentimentos de inutilidade e frustração, o que afeta diretamente a autoestima e a saúde mental.

“A perda de autonomia é um dos momentos mais desafiadores na vida de uma pessoa idosa e para a família. Lidar com isso exige paciência, empatia e planejamento. Em vez de focar no que se perdeu, a pessoa deve se concentrar em manter as habilidades que ainda possui”, frisa Oliveira.

O psiquiatra defende que reconhecer os próprios limites e a realidade imperativa de que a vida mudou é fundamental para internalizar novas estratégias de adaptação. “A humildade em aceitar a ajuda de outras pessoas sem sentir que isso o transforme em um fardo é essencial”, crava o médico.

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Os parentes podem ajudar ao valorizar a figura da pessoa longeva na integração da unidade familiar e o reconhecimento com atitudes que remetam as ideias de inclusão, apoio e ocupação dos espaços.

“Em vez de tomar decisões por ele, a família deve envolver o idoso em todas as conversas sobre o futuro. Isso fortalece o senso de controle e respeito. A família deve oferecer apoio para que a pessoa continue fazendo o máximo que puder sozinho, em vez de assumir todas as tarefas”, afirma o psiquiatra.

“Se há dificuldade para se vestir, a ajuda pode ser para fechar um botão, e não para vestir o indivíduo por completo. Tornar a casa mais segura e funcional para que o idoso mantenha a independência por mais tempo também é uma alternativa”, acrescenta.

+ Leia também: Alzheimer: 7 dicas para se comunicar com alguém com demência

Como reconhecer problemas de saúde mental em uma pessoa idosa

Os sinais de prejuízo na saúde mental podem surgir de forma lenta e silenciosa, especialmente em pessoas maduras. Muitos tendem a esconder seus sentimentos de tristeza ou ansiedade por vergonha ou por não querer ser um fardo a ninguém.

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Entre os sinais que são pertinentes a suspeição de necessidade de cuidado em saúde mental estão:

Mudanças no comportamento: repare se há alterações nos hábitos diários. O idoso que sempre foi sociável agora evita visitas? Aquele que era organizado agora demonstra desleixo com a casa ou a higiene pessoal? São possíveis sinais de alerta.

Sintomas físicos: a depressão e a ansiedade podem se manifestar como dores sem causa aparente, problemas digestivos, insônia ou fadiga crônica. Se o idoso reclama de dores frequentes e os exames médicos não apontam nada, pode ser um sinal de alerta.

• ⁠Perda de interesse: a pessoa parou de fazer atividades que antes amava e fazia com regularidade.

Falas negativas: expressão de sentimentos de inutilidade, desesperança ou pessimismo constante. A pessoa pode dizer “Não tenho mais propósito” ou “Eu sou um peso para vocês”.

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Como a família e os amigos podem ajudar

É fundamental que a família e amigos ajam como uma rede de apoio proativa, prestando atenção aos detalhes e oferecendo suporte de forma contínua e amorosa. “A saúde mental na velhice é uma jornada que deve ser percorrida em conjunto”, afirma Oliveira.

Confira algumas orientações:

• A simples presença regular, seja por ligações, visitas ou videochamadas, já faz diferença.

• Crie um ambiente seguro para a pessoa idosa falar sobre seus sentimentos sem julgamento, demonstre respeito e valor por sua bagagem histórica.

• Ajude a pessoa a participar de grupos ou atividades, como clubes de leitura, aulas de dança ou de artesanato, ou encontros com amigos.

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• Converse e sugira a busca por um psicólogo ou psiquiatra. Explique que o profissional pode ajudar a entender e a lidar com as emoções, assim como o médico cuida de problemas físicos.

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