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Quando o jogo vira doença

Projeto no Congresso que legaliza a volta de bingos e cassinos pode triplicar o número de jogadores patológicos no Brasil

Por André Bernardo
Atualizado em 14 fev 2020, 18h25 - Publicado em 3 ago 2017, 10h06
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Quanto menor o intervalo entre a aposta e o resultado, mais viciante é o jogo (Ilustração: Fido Nesti/SAÚDE é Vital)
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“Antes de chegar ao cassino, só de ouvir o tilintar das moedas, já sentia meu coração disparar.” O trecho está no romance O Jogador, do russo Fiódor Dostoiévski, obra escrita em 25 dias para pagar uma dívida de jogo! Sim, o autor de Crime & Castigo era um jogador patológico.

A perda de controle e a necessidade de gastar mais para recuperar o que foi perdido são características básicas do distúrbio, que afetaria 2 milhões de brasileiros. Um número que pode triplicar, segundo especialistas, se o projeto que legaliza bingos e cassinos for aprovado no Congresso.

“É mais fácil resistir à tentação quando ela não é esfregada na sua cara por anúncios luminosos”, reflete o psiquiatra Hermano Tavares, da Universidade de São Paulo. Tudo leva a crer que os jogos eletrônicos são os que mais causam dependência. “A máquina caça-níquel é o crack dos jogos de azar”, compara a psicóloga Maria Paula Magalhães, da Universidade Federal de São Paulo.

Game over

Dez anos. Esse é o tempo que jogadores compulsivos levam, em média, para procurar ajuda – em 70% dos casos, há outra condição psiquiátrica associada, como fobia, depressão ou dependência química. Felizmente, o vício tem tratamento: psicoterapia, individual ou em grupo. Os médicos também podem prescrever remédios, como antidepressivos e ansiolíticos.

O ranking dos jogos que mais viciam

1. Caça-níqueis

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2. Bingo eletrônico

3. Pôquer

4. Corrida de cavalos

 

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