Estima-se que 2 milhões de brasileiros tenham o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou simplesmente autismo. No planeta, a Organização Mundial da Saúde fala em 70 milhões.
O distúrbio está relacionado a dificuldades de comunicação e interação social e, nos casos mais evidentes, costuma ser identificado logo na infância.
O que é o autismo
O autismo é um problema psiquiátrico que costuma ser identificado entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida.
Que fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado.
Anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, ele uma única classificação, com diferentes graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do autismo. O jeito de lidar com cada um varia.
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Impactos no dia a dia
Na forma qualificada como de baixa funcionalidade, a criança praticamente não interage, vive repetindo movimentos e apresenta atraso mental. O quadro provavelmente vai exigir tratamento pela vida toda.
Na média funcionalidade, o paciente tem dificuldade de se comunicar e repete comportamentos.
Já na alta funcionalidade, esses mesmos prejuízos são mais leves, e os portadores conseguem estudar, trabalhar e constituir uma família com menos empecilhos.
Há ainda uma categoria denominada savant. Ela é marcada por déficits psicológicos, só que com uma memória fora do comum, além de talentos específicos.
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As causas por trás do autismo
O autismo não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que haja predisposição genética para ele.
Outros reportam o suposto papel de infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como poluição, no desenvolvimento do distúrbio.
Sinais de autismo
Alguns comportamentos acendem o sinal amarelo, e devem ser discutidos com o pediatra que acompanha a criança.
O diagnóstico precoce, aliás, é fundamental para iniciar terapias que ajudam a lidar com as repercussões mais frequentes do quadro.
Conheça algumas pistas importantes:
- Bebês que evitam o contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação
- Choro ininterrupto
- Apatia
- Inquietação exacerbada
- Pouca vontade para falar
- Surdez aparente: a criança não atende aos chamados
- Transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve
- Movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça
- Ansiedade
- Agressividade
- Resistência a mudanças na rotina: recusa provar alimentos ou aceitar um novo brinquedo, por exemplo
Fatores de risco
Não existe uma causa específica para o autismo. Ele é considerado um transtorno multi-fatorial. Fala-se em 50% de causas genéticas e 50% de causas ambientais.
Conheça alguns fatores de risco:
- Predisposição genética
- Sexo masculino: o autismo é de duas a quatro vezes mais frequente em meninos do que em meninas
- Poluição
- Infecções como rubéola durante a gravidez
A prevenção
Na falta de causas comprovadamente capazes de provocar o autismo, a recomendação para as grávidas é evitar ambientes com alto nível de poluição, exposição a produtos tóxicos e ingestão de bebida alcoólica, por exemplo.
Outra medida bem-vinda é se vacinar contra rubéola para evitar essa doença infecciosa durante a gestação.
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O diagnóstico do autismo
Não existem exames laboratoriais ou de imagem que ajudem a identificar o autismo. Em geral, o médico considera o histórico do paciente, a observação de seu comportamento e os relatos dos pais.
A partir daí, ele costuma seguir critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou pela Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
São observados ainda traços como inabilidade para interagir socialmente e comportamento restritivo e repetitivo.
Se por um lado há autistas gravemente incapacitados, que não conseguem nem falar, por outro se encontra o problema em pessoas com alto desempenho em alguma habilidade, como pintar ou fazer contas matemáticas.
Pacientes de alta funcionalidade, com ausência dos sinais clássicos da doença, muitas vezes acabam recebendo o diagnóstico correto apenas quando adultos.
O tratamento do autismo
Não há cura para o autismo. Remédios para lidar com ele só são prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão.
O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer.
Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada criança. Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do autismo.