Quando o juiz opta pela custódia física compartilhada após a separação de um casal, muita gente questiona se tal decisão não provoca instabilidade na rotina e na saúde mental das crianças. Mas, ao analisarem os questionários respondidos por 807 voluntários mirins, pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, notaram que pais e filhos têm a ganhar nesse cenário.
O principal benefício seria a menor incidência de picos de estresse entre meninos e meninas. Isso porque eles foram considerados menos propensos a perder contato com parentes e amigos, a baques financeiros e à preocupação com o bem-estar da mãe ou do pai que vê com menor frequência. Isso, claro, quando a guarda compartilhada era comparada a outros arranjos decorrentes do divórcio.
Os adultos, por outro lado, teriam a oportunidade de exercer um papel mais ativo – e cada vez melhor – na vida dos pequenos. “Essa medida também favorece a divisão das responsabilidades”, destaca a neuropsicóloga especializada em desenvolvimento infantil Deborah Moss, de São Paulo.
Mas claro, a conclusão do trabalho sueco nem sempre se aplica. Para criar ambientes realmente saudáveis, é preciso que os pais se deem bem – entre si e com a criança. O mesmo vale para seus respectivos novos parceiros. O recado final, portanto, é fugir de estigmas e buscar, sempre que possível, o diálogo.