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A ansiedade tem feito cada vez mais vítimas pelo planeta, sobretudo entre os jovens. A ponto de dois livros que viraram best-sellers lá fora e acabam de chegar ao país terem praticamente o mesmo título.
Em Geração Ansiosa – Um Guia para Se Manter em Atividade em um Mundo Instável (Rocco) – Clique para comprar*, a psicóloga clínica Lauren Cook compara a ansiedade a um oceano. Não um qualquer, de águas cristalinas e peixinhos dourados, mas de águas turvas e infestado por tubarões. Sob essa ótica, ela compara ter um ataque de pânico a morrer afogado.
A autora defende a tese de que as gerações Y e Z (nascidas entre 1997 e 2010) são as mais ansiosas da história.
Já no livro Geração Ansiosa – Como a Infância Hiperconectada Está Causando uma Epidemia de Transtornos Mentais (Companhia das Letras) – Clique para comprar*, o psicólogo social Jonathan Haidt faz uma provocação logo de cara: o leitor deixaria seu filho pequeno viajar para Marte sem o seu consentimento? Provavelmente não.
Só que o mundo online, adverte, pode ser tão hostil quanto o planeta vermelho. “É uma tragédia em dois atos”, define Haidt. “No primeiro, as crianças deixam de brincar ao ar livre. São impedidas de se divertir com outras crianças, sem a proteção dos adultos. No segundo, ganham smartphones de presente e, em vez de brincar, dormir ou estudar, passam dez horas por dia na frente de uma tela”, descreve o autor.
Para Haidt, o diagnóstico é claro: o celular, as redes sociais e os videogames estão por trás dessa enxurrada de jovens ansiosos. “Menos celular e mais brincadeira: é disso que as crianças precisam para crescer saudáveis”, enfatiza.
Ele é uma das principais vozes a responsabilizar smartphones e companhia pelo quadro alarmante. Por isso, prescreve: celular, só após os 14 anos; e redes sociais, depois dos 16.
Já para Lauren, não há um único antagonista (ou, para usar sua metáfora, somente um tubarão). Cada geração, aliás, teria seus próprios gatilhos e predadores. Nos EUA, por exemplo, os nascidos entre 1981 e 1996 sofreram na esteira de eventos como o tiroteio em Columbine, o furacão Katrina e a guerra ao terrorismo.
Um forte candidato para a geração Alpha (os nascidos a partir de 2010) é a pandemia de Covid-19.
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Nadar ou comprar um bote
Se a ansiedade é um mar tempestuoso, como diz a psicóloga americana, só nos resta duas opções: aprender a nadar ou comprar um bote salva-vidas.
Lauren Cook vai direto ao ponto se quisermos peitar a epidemia de ansiedade. “Não podemos negar a realidade, muito menos fugir dela. É preciso agir, pois se esquivar só piora as coisas”, afirma. Palavras de quem conviveu com o distúrbio. Desde pequena, a psicóloga ficava ansiosa só de pensar em comida — ela tinha emetofobia, o pavor de vomitar.
Por essa razão, não lanchava na escola nem frequentava restaurantes. Hoje, garante, perdeu o medo. E não se lembra da última vez que teve uma crise associada à refeição. “Se você não tomar cuidado, a ansiedade se transforma em um monstro”, adverte.
Um monstro que pode nos assombrar desde a infância. “A ansiedade também surge se eu mexo no celular a todo instante. Para que isso não aconteça, meu pai propõe brincadeiras diferentes. Isso me deixa mais feliz, tranquilo e até confiante.” O trecho acima faz parte do livro E Se Eu Sentir… Ansiedade (Ciranda Cultural) – Clique para comprar*.
Escrito por Paloma Blanca e ilustrado por Paula Kranz, ele integra uma coleção de dez volumes voltados a crianças e focados em emoções — de felicidade a timidez. “A ansiedade em crianças e adolescentes já supera a de adultos”, preocupa-se Paloma, que, para elaborar a obra, conversou com profissionais de saúde e observou o dia a dia dos 15 sobrinhos, com idade entre 7 meses e 17 anos.
Os números corroboram a afirmação da escritora. Para saber mais, continue a ler o dossiê sobre ansiedade clicando aqui.
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