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Emoções têm impacto importante na artrite reumatoide

Estudo realizado no Brasil mostra que pacientes dão bastante importância para a influência dos sentimentos na doença degenerativa

Por André Biernath
Atualizado em 27 ago 2019, 10h36 - Publicado em 28 mar 2016, 16h06
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  • Ações simples como dobrar os joelhos ou pegar um objeto podem ser um verdadeiro martírio para quem sofre com a artrite reumatoide. A enfermidade, que atinge mais de 2 milhões de brasileiros, é marcada pela liberação de moléculas inflamatórias que agridem a membrana sinovial, camada que reveste as articulações. Se nada é feito, a destruição progride até chegar aos ossos.

    Um levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Ipsos a pedido do laboratório Pfizer com 200 pacientes de cinco capitais brasileiras revela como as emoções negativas permeiam o problema nas juntas. Os dados apontam que 54% dos pacientes acreditam que a doença se origina na alma e 45% relacionam o surgimento das dores articulares com sentimentos ruins.

    E esse é apenas o começo: metade dos respondentes declarou que desenvolveu a condição apenas por causa do estresse ou do sedentarismo e 19% sentem culpa por terem artrite reumatoide. Claro, essas percepções não querem dizer que as emoções originam a doença, porém deixam claro como ela afeta (e é afetada) pelo estado emocional de cada um. O papel dos sentimentos aqui é secundário. Acreditar que eles seriam a origem principal da encrenca é errado e não passa de um mito.

    Por outro lado, mais de 91% declara ter apoio dos familiares após o diagnóstico. De acordo com eles, isso ajudou muito a encarar os desafios que a enfermidade traz. Um quarto deles também recorreu a psicólogos, terapeutas e grupos de apoio para reequilibrar os ânimos e enfrentar a doença com foco total.  “Não podemos ignorar o impacto da artrite na sociedade, na família e para o próprio indivíduo”, ressalta a médica Lícia da Mota, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

    Outro fator que dificulta o tratamento e prejudica pra valer o bem-estar é a demora em flagrar a doença. A mesma pesquisa conduzida em território nacional mostrou que o indivíduo visita, em média, três médicos antes de saber a razão do incômodo nas dobradiças do corpo.

    Essa via-crúcis chega a se arrastar por mais de dois anos em 20% das vezes. Procurar o reumatologista e fazer o diagnóstico por meio de exames de sangue e uma radiografia de mãos e pés pode facilitar o processo e garantir que a doença não afete demais as articulações – nem o estado emocional.

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