Quando se fala em depressão pós-parto, é quase impossível não pensar na imagem de uma mulher, triste e cansada, embalando um bebê. Sim, elas estão mais sujeitas ao distúrbio — por motivos que vão da flutuação hormonal à insegurança da maternidade. Mas isso não quer dizer que os homens estão a salvo.
Um estudo feito na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, investigou marmanjos que haviam tido um filho a partir da chamada Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo. Também usada para o sexo feminino, ela ajuda a determinar a saúde mental no período seguinte ao nascimento.
Dos mais de 3 500 pais analisados, cerca de 140 (4% do total) foram diagnosticados com o transtorno. O número parece baixo, mas, se elevado a uma escala global, representa uma parcela considerável da população. É um dado certamente preocupante — mas que ainda carece de confirmação por meio de outros levantamentos.
No artigo mais recente, os especialistas concluem: “Dado que a depressão paterna pode ter efeito direto ou indireto nas crianças, é importante reconhecer e tratar os sintomas cedo. O primeiro passo para fazer isso é aumentar a consciência desse risco entre os pais”.
Por que homens têm depressão pós-parto?
Alguns experimentos anteriores podem fornecer pistas para responder essa pergunta. Na Inglaterra, cientistas descobriram que o sexo masculino costuma expressar sentimentos de culpa por não poder ajudar a parceira durante o parto.
Já outra pesquisa, também realizada em solo inglês, mostrou que os homens que trabalham fora perdem muitas “primeiras vezes” dos filhos. Eles não veem o primeiro sorriso, a primeira engatinhada e assim vai. Isso tira o sentimento de recompensa e instala a tristeza.
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