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Depressão na gravidez aumenta o risco de diabete gestacional

Mulheres com sintomas depressivos têm quase três vezes mais probabilidade de sofrer com um aumento na glicemia durante os nove meses

Por Thiago Nepomuceno
Atualizado em 26 out 2016, 10h00 - Publicado em 6 out 2016, 17h39
Omar Paixão
Omar Paixão (/)
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O diabete gestacional, como o próprio nome diz, acontece quando a mulher fica com as taxas de açúcar alteradas durante a gravidez. Tal situação é até comum. Isso porque a placenta, pela qual o feto é alimentado, produz substâncias que atrapalham a ação da insulina, hormônio com a tarefa de permitir que a glicose entre nas células para gerar energia. Com a falha, o açúcar fica dando sopa pelo corpo, abrindo portas para vários problemas, como hipertensão na mãe, necessidade de cesárea, desenvolvimento exagerado do feto e parto prematuro.

Algumas condições podem aumentar o risco de diabete na gravidez, a exemplo do excesso de peso. Mas a ciência tem revelado novos fatores para colocar na conta. Pesquisadores dos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos avaliaram 2 334 gestantes com o peso normal e 468 obesas, todas com oito a 13 semanas de gestação, e descobriram o seguinte: as moças com sintomas de depressão do primeiro ao segundo trimestre de gravidez tinham quase o triplo do risco de ter diabete gestacional quando comparadas às mulheres sem resquícios de melancolia.

Agora, o mais curioso: esse elo só foi encontrado nas futuras mamães que estavam com o peso ideal, e não nas obesas. Não acaba aí. Entre as voluntárias que desenvolveram diabete gestacional, quase 15% mostraram sintomas depressivos após o nascimento do bebê – número quase quatro vezes maior em relação a turma que não teve a doença. Apesar de o estudo não ter cravado uma relação de causa e efeito entre os problemas, os autores acreditam que os médicos deveriam ficar mais alertas caso as grávidas demonstrem sinais de tristeza profunda.

O controle do diabete na gestação

Em grande parte dos casos, o quadro é revertido com uma rotina mais saudável. Apenas uma parcela das grávidas precisa da insulina para controlar o açúcar. E, depois do parto, a maioria delas volta à glicemia normal. Aí o uso do hormônio é suspenso. Mas não dá para baixar a guarda: essa mulher sempre terá um risco maior de desenvolver diabete tipo 2. Por isso o diagnóstico na gravidez vale ouro.

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