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Autismo não é barreira para se desenvolver profissionalmente

Assistente de marketing com transtorno do espectro autista conta em livro como superou desafios e preconceitos e se inseriu no mercado de trabalho

Por Diogo Sponchiato
15 abr 2022, 11h17
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  • Julie Goldchmit tem 25 anos, ama livros e hoje atua no time de marketing da multinacional Unilever. Nada fora do roteiro não fosse o fato de conviver com o transtorno do espectro autista e ter enfrentado desafios extras na escola e no início da carreira.

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    A paulistana recebeu, aos 15 anos, o diagnóstico da condição, que afeta sobretudo a comunicação e a socialização. Até lá, sofreu com bullying no colégio e dilemas sobre onde e como estudar — um deles, fazer ou não uma faculdade.

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    Mas, sempre apoiada pela família e com acesso a bons médicos e psicólogos, não só conseguiu se desenvolver como conquistou um emprego. O percurso não foi tranquilo, e um período trabalhando em casa expôs Julie a uma verdadeira crise emocional.

    Mas digamos que ela é um case de sucesso — e inspiração para outras pessoas com deficiência intelectual ou física. A trajetória da profissional de marketing, que se prepara para uma promoção, é narrada por ela mesma em Imperfeitos, da Maquinaria Editorial (clique aqui para ver e comprar*), livro que ainda traz uma contextualização, com dados de pesquisas e a discussão de leis e políticas públicas, sobre o cenário da inclusão no país.

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    A autora ressalta que a inclusão pode ser uma ferramenta de inovação nas empresas. Como ela sintetiza na entrevista abaixo: ganha quem entra; ganham a equipe, a companhia e a sociedade.

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    capa do livro
    (Capa: Maquinaria Editorial/Divulgação)

    Imperfeitos
    Autora: Julie Goldchmit
    Editora: Maquinaria Editorial
    Páginas: 192

    + LEIA TAMBÉM: A alimentação influencia o tratamento do autismo?

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    Entrevista com a autora

    VEJA SAÚDE: Qual é o grande desafio para pessoas com alguma deficiência romperem a barreira da inclusão no mercado de trabalho?

    Julie Goldchmit: O nosso principal desafio é ter a oportunidade de mostrar que temos capacidade de nos desenvolver profissionalmente. Para isso sair do papel, é preciso que a empresa entenda quais são as necessidades de cada indivíduo.

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    Assisti a uma palestra sobre a importância do princípio da equidade: tendo as ferramentas certas, todos somos capazes de nos desenvolver.

    É fundamental que os gestores entendam o processo de inclusão, observando as necessidades e habilidades de cada um e acompanhando seu dia a dia para extrair o nosso melhor.

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    E no ambiente de trabalho em si, o que precisa melhorar?

    Como qualquer pessoa que começa em um emprego novo, o profissional PCD vai precisar de um pouco de paciência porque está aprendendo a desempenhar sua função.

    No entanto, uma vez que o trabalho seja adaptado para aproveitar nossos pontos positivos e driblar nossas dificuldades, temos muito a contribuir com a equipe, a empresa e a sociedade.

    Precisamos ter empatia pelo próximo e lembrar que todos temos limites, físicos ou intelectuais. Todos somos imperfeitos e, por isso mesmo, precisamos nos ajudar.

    O que precisa evoluir no Brasil para integrar ainda mais pessoas com autismo na escola e no trabalho?

    É triste precisarmos de uma lei de cotas para pessoas com deficiência poderem estudar e entrar no mercado de trabalho. Eu acho que não precisaria existir isso, mas sei que é necessário para começarmos a mudar essa realidade e as empresas nos darem a oportunidade de mostrarmos quanto somos capazes.

    Na minha visão, não basta ter a vaga. É preciso que haja uma consciência de inclusão.

    As empresas e as pessoas que serão colegas do profissional PCD têm que entender a importância de acolhê-lo, como eu mesma fui acolhida quando comecei, e perceber que ele poderá representar uma grande soma para o time.

    No meu trabalho, por exemplo, a empresa promoveu uma apresentação a meu respeito para os colegas, contando um pouco da minha história, antes de eu entrar. Isso é ser inclusivo, e não somente ter uma vaga para cumprir uma exigência legal.

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    No livro, você reforça a importância de nos colocarmos como protagonistas da nossa história. Como é aderir a essa filosofia na prática?

    Eu sou uma pessoa que lê muito, e adoro ler livros de pessoas inspiradoras, principalmente mulheres. Em um momento da minha vida no qual estava sofrendo para me recolocar no mercado de trabalho, comecei a ler histórias de mulheres como Michelle Obama, Sheryl Sandberg, Anne Frank e Malala, e entendi uma coisa muito importante: todos temos que superar as dificuldades da vida.

    Naquele momento me dei conta de que eu tinha uma dificuldade e teria outras, mas que precisava encarar e ir à luta. Meses depois eu consegui uma vaga numa multinacional como assistente de marketing, e agora estão me preparando para ser analista.

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    Depois disso, outros desafios virão, só que, sendo protagonista da nossa história, temos ainda mais força para conquistar nossos objetivos.

    *As vendas por meio desse link podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril.

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