Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

A vida sexual de quem tem TDAH

Expert destaca como o déficit de atenção e hiperatividade pode complicar o sexo - e aponta caminhos para resolver o problema

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 22 mar 2023, 10h54 - Publicado em 25 jan 2018, 17h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Pessoas com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) têm um risco duas vezes maior de contrair uma doença sexualmente transmissível. Elas ainda possuem uma probabilidade três vezes maior de fazer sexo sem preservativo – e as meninas têm um risco 3,6 vezes maior de engravidar entre 12 e 15 anos.

    Esses dados foram apresentados pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, durante um seminário no fim do ano passado. SAÚDE aproveitou para conversar com a especialista sobre os desafios que os pacientes com TDAH precisam superar para desenvolver uma vida sexual saudável. Veja abaixo:

    SAÚDE: Por que discutir a sexualidade no contexto do TDAH é importante?

    Carmita Abdo: Não dá para definir um perfil único do indivíduo com esse problema. Alguns sofrem com hiperexcitação, outros deixam de transar pelo incômodo de não conseguirem se concentrar no ato em si… Mas o fato é que estamos falando de pessoas que desenvolvem mais comportamentos de risco. Elas apresentam uma chance maior de ter doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez precoce. Falar do assunto ajuda o paciente a contornar suas dificuldades mais íntimas.

    Há um tabu até no consultório?

    Em alguns casos, sim. E isso é uma pena, porque discutir a sexualidade ajuda a fazer um diagnóstico mais completo. Vários dos sintomas iniciais do TDAH podem se manifestar pelo sexo. O paciente nem sempre fala sobre o tema por vergonha ou por achar que é irrelevante para o tratamento. Daí a necessidade de o psiquiatra perguntar sobre sexo, nem que seja só para mostrar que ele pode ser abordado ali. Não à toa, o Conselho Federal de Medicina passou a considerar a sexualidade também como área de atuação da Psiquiatria.

    Os medicamentos para transtornos psiquiátricos também interferem nas atividades sexuais?

    Sim, e esse é outro motivo para debater o assunto. Vários remédios podem reduzir o apetite sexual. Se não falarmos abertamente sobre isso, a pessoa às vezes para de seguir o tratamento sem sequer consultar o profissional. E há alternativas para esses casos.

    Continua após a publicidade

    Tem como melhorar a relação dos pacientes com o sexo?

    Certamente. Temos várias técnicas e exercícios. Agora, o mais importante é começar a falar do assunto, inclusive no ambiente familiar. Com a ajuda do profissional, pais e mães devem conversar com o jovem que tem TDAH para ver se algo relacionado ao sexo o está incomodando.

    Outras doenças psiquiátricas também afetam o sexo?

    Um dos primeiros sinais da esquizofrenia é a falta de interação sexual. Em geral, um adolescente busca o sexo com frequência. Se há uma falta de motivação, podemos pensar em psicose, embora vários outros fatores entrem em jogo aqui.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.