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Vírus Marburg: o que se sabe sobre a febre hemorrágica que preocupa OMS

Doença com alta taxa de letalidade tem surto em andamento em Ruanda e já provocou temor na Alemanha

Por Maurício Brum
4 out 2024, 11h43
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  • Um novo surto de febre hemorrágica causada pelo vírus Marburg, em Ruanda, vem colocando autoridades sanitárias em alerta pelo mundo. Embora raro, o vírus tem uma taxa de letalidade muito alta.

    Nesta semana, uma parte da estação ferroviária central de Hamburgo, na Alemanha, chegou a ser interditada por uma suspeita não confirmada de que o vírus teria chegado ao país.

    Com características semelhantes ao Ebola, mas provocada por um vírus diferente, historicamente o Marburg pode matar até 88% das pessoas infectadas, dependendo da cepa contraída e do acesso ao tratamento. No entanto, estudos mais aprofundados são limitados pela raridade dos casos e pouca estrutura sanitária nos locais dos surtos, que costumam ocorrer em regiões empobrecidas da África.

    Os casos têm sido monitorados com atenção pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que busca prevenir que a doença avance sobre novos países.

    +Leia também: Vírus Marburg: entenda por que ele está na mira da OMS

    O que é a febre hemorrágica de Marburg?

    A doença é causada pelo próprio vírus Marburg (MARV) ou por um tipo de vírus relacionado conhecido como Ravn. Como o nome sugere, a febre hemorrágica interfere na capacidade de coagulação, podendo levar à morte por desidratação em função da perda de sangue e fluidos.

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    Os sintomas incluem febre, dores de cabeça, vômito e diarreia, quase sempre com a presença de sangue. A desidratação progressiva também leva a sintomas incapacitantes como letargia e confusão mental.

    A transmissão do Marburg se dá através do contato com secreções infectadas, vindas de animais ou das próprias pessoas doentes. Também pode ocorrer contágio indireto através de superfícies contaminadas por essas secreções. É preciso intensificar medidas de higiene, isolamento e uso de equipamentos de proteção ao lidar com pacientes suspeitos de contrair a doença.

    Tem tratamento?

    Não existe um tratamento específico para combater o vírus. Em casos de contágio, o objetivo é controlar os sintomas e seus impactos pelo organismo – sobretudo combatendo a desidratação, com medidas de suporte como a reposição eletrolítica por via intravenosa. Também podem ser necessárias transfusões de sangue.

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    Apesar de ser historicamente muito letal, o prognóstico da doença melhora com o manejo adequado dos casos, e o recomendado é que pacientes sejam tratados em ambiente hospitalar, sob terapia intensiva.

    Existe risco de chegar no Brasil?

    Como os surtos de Marburg são raros e concentrados em regiões específicas do mundo, a doença não costuma surgir como uma suspeita em países como o Brasil.

    Nada impede que um vírus se espalhe para outros países, através de viajantes que passaram por áreas endêmicas. Na Alemanha, por exemplo, a suspeita veio após duas pessoas se sentirem mal pouco depois de terem contato com um paciente infectado que havia voltado de Ruanda.

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    Porém, no caso alemão, testes demonstraram que os dois casos suspeitos não tinham Marburg e não havia risco para a população local. Até o momento, não há registro de surtos ativos da doença fora da África.

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