Tosse, congestão nasal e dores de garganta e ouvido são os sintomas mais comuns da infecção pelo vírus sincicial respiratório, conhecido pela sigla VSR. Em crianças pequenas, é um dos principais causadores da bronquiolite. Já em idosos, ele pode provocar quadros graves de pneumonia e piorar o estado de doenças pré-existentes, podendo até levar ao óbito.
Para prevenir esses desfechos, em dezembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma vacina contra o vírus para pessoas com 60 anos ou mais. E, nesta sexta-feira (22), o imunizante chega à rede privada de saúde em dezenas de laboratórios do grupo Dasa.
Chamada Arexvy e fabricada pela GSK, a vacina é a primeira contra o VSR a ser aprovada no Brasil e tem segurança e eficácia demonstradas em estudos clínicos.
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O VSR é um vírus bastante comum, que geralmente se apresenta com sintomas gripais. Em 2023, foi responsável por 26% das internações por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no país.
“A infecção pelo VSR tem uma ocorrência semelhante à gripe, mas com uma sazonalidade um pouco diferente, iniciando em março e se estendendo até a primavera”, explica Rosana Richtmann, consultora de vacinas da Dasa.
Como é a vacina contra o VSR
O imunizante é administrado em dose única e intramuscular. Ele conta com antígeno composto por proteínas do vírus sincicial respiratório capazes de preparar o nosso sistema imunológico para reconhecer e combater futuras infecções pelo microrganismo.
A fórmula confere proteção contra o VSR-A e o VRS-B, principais subtipos circulantes do vírus.
“Em estudos clínicos, a vacina conferiu mais de 82% de proteção contra infecção de vias aéreas inferiores e mais de 94% de eficácia contra quadros graves por VSR”, afirma Richtmann. “Os benefícios foram vistos mesmo em pacientes que tinham uma condição médica preexistente, como asma, diabetes, doença renal crônica, entre outras.”
Segura e eficaz, a vacinação deve ser evitada apenas se a pessoa estiver com febre. Nesse caso, o recomendado é adiar a imunização até que a saúde seja restabelecida.
Entre os efeitos adversos, os mais comuns são dor ou edema no local da injeção e, eventualmente, dor de cabeça.
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Por que idosos precisam tomar a vacina contra o VSR
Pessoas de 60 anos ou mais estão entre aquelas com um maior risco de internação e óbito pela infecção do vírus sincicial respiratório. “Nos casos mais graves, pode ser necessária oxigenoterapia e intubação com ventilação mecânica.”, diz Richtmann.
Segundo estimativas, idosos têm um risco até 20 vezes maior de morrer por causa da infecção do que crianças. “A chegada desta vacina contra o VSR é uma oportunidade de aumentar a proteção dos mais velhos, reduzindo os sintomas e o risco de complicações”, afirma a infectologista.
Lactentes e imunossuprimidos também são grupos de riscos para a infecção pelo VSR— o imunizante, no entanto, ainda não foi liberado para esses outros públicos.
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Onde se vacinar
O grupo Dasa está disponibilizando a fórmula em dezenas de laboratórios espalhados pelo Brasil.
Entre as marcas da rede que oferecem a fórmula estão Alta Diagnósticos (SP e RJ), Delboni e Lavoisier (SP), Sérgio Franco e Bronstein (RJ), Cerpe e Boris Berenstein (PE), Exame (DF), Leme (BA), Frischmann-Aisengart (PR), Lustosa e São Marcos (MG), entre outras.
O preço da dose única contra o VSR varia conforme o laboratório, mas parte de R$ 1.399. Os valores e a disponibilidade em cada clínica podem ser consultados na plataforma Nav, da Dasa.
Prevenção do VSR
Além da vacina, outras formas de evitar o contágio do vírus sincicial respiratório envolvem bons hábitos de higiene. Por isso, é importante incluir na rotina costumes como:
- Lavar as mãos com frequência;
- Evitar mexer em nariz, olhos e boca com as mãos sujas;
- Cobrir a boca e o nariz quando for espirrar ou tossir;
- Evitar sair estiver doente e furtar-se do contato com pessoas infectadas;
- Higienizar superfícies muito usadas.