Medicina

Tretinoína: conheça o ativo que é o padrão-ouro para rejuvenescimento

Apesar de consagrado e muito estudado, ácido retinóico deve ser usado apenas com orientação médica para evitar efeitos colaterais

Por Ingrid Luisa SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 23 abr 2025, 18h11 - Publicado em 23 abr 2025, 18h10

A tretinoína é um medicamento da família dos retinóides, ativos para a pele derivados da vitamina A, que fazem barulho nas redes sociais por conta de suas diversas ações, como rejuvenescimento, melhora de manchas ou de acne.

Recentemente, medicamentos à base dessas moléculas viralizaram por conta de seus resultados, mas surgiram diversas queixas de sensibilização, manchas e até queimaduras pelo uso incorreto.

Aqui, entenda tudo sobre a tretinoína, também conhecida como ácido retinóico.

O que é?

A tretinoína é basicamente o ácido retinóico ativo, ou a forma oxidada da vitamina A, que consegue agir mais diretamente e com mais intensidade na pele.

Por isso, esse ativo é considerado um medicamento, não um cosmético.

“Nos cosméticos, usa-se precursores de ácido retinóico, como retinaldeído ou retinol. A tretinoína é a versão pura e ativa do ácido, por isso é mais potente e, se usada sem orientação médica, pode gerar mais efeitos colaterais”, explica a médica Lilia Guadanhim, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Para que serve a tretinoína?

Esse medicamento pode ser indicado para várias ações, daí sua popularidade. Consulte sempre um médico para averiguar se o tratamento é para você.

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Confira algumas indicações comuns:

Anti-envelhecimento

É considerado padrão-ouro para tratamento de envelhecimento, pois acelera o processo de renovação celular e estimula o colágeno, aumentando até a espessura da derme, camada da pele que afina com o passar dos anos.

“Ela é muito eficaz pois consegue atuar como reguladora da expressão gênica lá no núcleo das células, resultando nesse processo de proliferação celular. Os efeitos principais são acelerar o turnover [renovação celular], reduzir linhas finas, dentre outros”, explica a dermatologista.

Acne

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Ele ajuda na não obstrução dos poros, assim barrando a formação das espinhas.

Isso porque a tretinoína age nos queratinócitos, células da epiderme que produzem queratina, impedindo a união delas e a formação de uma hiperqueratose, o que pode entupir os poros.

O ativo também facilita a eliminação de cravos e espinhas internas, além de evitar formação de manchas.

Melasma, dermatoporose, estrias

Pelo seu poder de renovação celular e estimulação do colágeno, ele pode ajudar a clarear ou a reduzir a visibilidade de manchas ou estrias. Também ajuda a densificar mais a pele, sendo efetivo contra a dermatoporose, quadro caracterizado pela perda de colágeno e da densidade natural da derme.

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Efeitos colaterais e contraindicações

Como promove a renovação celular, o medicamento pode deixar a pele sensibilizada, e isso pode ter consequências bem graves: “O ácido retinóico é extremamente irritante, por isso é essencial a indicação e orientação médica”, crava Lilia.

“Muita gente começa a usar por conta própria e a pele descasca, e a pessoa ainda acha que descascar é bom, porque você está ʽtrocandoʼ aquela pele. Não é verdade, pele sensibilizada pode causar o que a gente chama de hiperpigmentação pós-inflamatória, e a pessoa acaba ganhando uma mancha porque a sua pele ficou muito inflamada ou até queimada”, explica a dermatologista.

Por essa característica, pessoas com rosácea ou pele sensível costumam não tolerar esse ativo. Procure sempre um especialista antes de iniciar o uso.

Como usar a tretinoína?

A receita básica para conseguir os benefícios desta medicação é usar hidratante antes de aplicar na pele e caprichar na proteção solar.

Por ser um ácido, o contato direto com a radiação solar pode manchar a pele, então é essencial nunca esquecer do protetor. Manter a pele bem hidratada ajuda a reduzir a irritação gerada pelo ativo.

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