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Traqueostomia: saiba quando é necessária e quais são os cuidados

Procedimento que permite respiração em casos de obstrução das vias aéreas superiores pode ser temporário ou definitivo e exige atenção para evitar complicações

Por Gabriel Bortulini
22 nov 2024, 10h40
traqueostomia
Uso de cânula para respiração via traqueia pode ser definitivo em alguns casos de doenças crônicas ou após remoção cirúrgica da laringe (Freepik/Freepik)
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A traqueostomia é um procedimento utilizado em casos de obstruções das vias aéreas superiores, que impedem ou dificultam a passagem de oxigênio. A técnica consiste na abertura cirúrgica de um orifício na traqueia, o órgão que liga a laringe aos pulmões, para permitir o trânsito de ar.

Nos últimos anos, a traqueostomia foi bastante usada devido a complicações decorrentes da Covid-19. Mas a técnica é antiga e serve para auxiliar pessoas com doenças crônicas ou em situações de emergência respiratória. Para evitar complicações como infecções ou mesmo asfixia, a traqueostomia exige uma série de cuidados.

Quando a traqueostomia é necessária?

A traqueostomia é indicada em diferentes situações em que é necessário facilitar a chegada do ar aos pulmões. As vias aéreas superiores podem ser obstruídas por acidentes ou doenças crônicas. A abertura na traqueia pode ser usada como procedimento emergencial e ser temporária ou ser definitiva.

Alguns dos casos em que a traqueostomia pode ser realizada são:

  • Obstrução das vias aéreas superiores;
  • Tumores na laringe, faringe ou traqueia;
  • Anomalias congênitas das vias respiratórias;
  • Síndrome de Pierre Robin;
  • Síndrome de Treacher Collins;
  • Edema (inchaço) de glote – que pode ser causado por uma reação anafilática;
  • Traumas ou queimaduras;
  • Doenças neuromusculares e paralisias;
  • Traqueolomácia – flacidez na cartilagem de suporte da traqueia;
  • Intubação prolongada;
  • Hipoventilação central congênita;
  • Coma.

+Leia também: Colostomia, traqueostomia e cia: entenda a importância delas

Como é realizada a traqueostomia?

O procedimento geralmente é feito com anestesia geral – embora, em alguns casos, seja possível optar pela anestesia local.

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Para que a traqueostomia seja realizada com segurança, os locais mais adequados são os ambientes hospitalares. A técnica também pode ser empregada em situações de emergência médica, casos em que uma cirurgia depois é agendada para adequar a traqueostomia, se necessário.

Ela consiste na abertura, por meio de uma incisão, na região da traqueia. Ali, é inserida a cânula, um tubo por meio do qual o paciente consegue respirar. Se necessário, a cânula pode ser conectada a aparelhos de ventilação mecânica.

Cuidados com a traqueostomia

Nas primeiras horas, é necessário monitorar o paciente, que pode sentir desconfortos ou insegurança por conta da traqueostomia. De início, a pessoa pode ficar incapacitada de falar. Pode ser utilizada alimentação via sonda. Com algumas técnicas e apoio de fonoaudiólogo, é possível falar mesmo utilizando a cânula de traqueostomia.

É fundamental manter a cânula limpa e realizar a aspiração das secreções. Manter a higiene e a esterilização dos equipamentos também é indispensável para evitar complicações, assim como realizar a troca dos itens da traqueostomia, conforme orientação médica.

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Como o ar que entra pela traqueostomia é mais seco, pode ser necessário hidratar as mucosas e os lábios, bem como a cavidade oral e a orofaringe.

Esses cuidados exigem ainda mais atenção quando precisam ser realizados fora de ambientes hospitalares – em casos de traqueostomias mais longas ou até definitivas.

Sangramentos no local da traqueostomia, entupimento da cânula, dificuldades de respiração, suspeitas de infecção ou dor na região são sinais de alerta e requerem atendimento médico imediato. Outras complicações incluem enfisema subcutâneo – quando há acúmulo de ar abaixo da pele –, pneumotórax e danos ao esôfago.

Quando a traqueostomia é definitiva

Na maioria dos casos, a retirada da cânula é feita assim que a causa da obstrução aérea for solucionada e o paciente seja capaz de respirar por conta própria. Entretanto, há situações em que isso leva um longo tempo ou, ainda, não é possível.

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Casos de traqueostomia definitiva geralmente estão associados a tumores, doenças degenerativas e crônicas ou quando toda a laringe precisa ser retirada.

 

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