Transposição ovariana: o que é e quando é indicada
Cirurgia minimamente invasiva preserva fertilidade e pode ser recomendada a pacientes com câncer antes do início do tratamento

A incidência de câncer e outros problemas ginecológicos preocupa muitas famílias que desejam planejar uma gestação, especialmente para o futuro. O câncer de ovário, por exemplo, só fica atrás do câncer de colo do útero entre os cânceres ginecológicos mais comuns, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Por isso, a medicina tem desenvolvido novas técnicas que ajudam a preservar a fertilidade de pacientes durante e após tratamentos de radioterapia na região pélvica. Uma dessas técnicas é a ooforopexia, ou cirurgia de transposição ovariana. Entenda o que é a operação e em quais casos ela é mais indicada.
O que é a transposição ovariana?
A transposição dos ovários consiste em transferir os órgãos reprodutivos femininos temporariamente para a região do abdômen.
Na operação também são colocados clipes de titânio para orientar o radioterapeuta sobre a posição dos órgãos. O objetivo é afastar os ovários da região que sofrerá radiação e evitar possíveis danos ou a sua inutilização.
Por isso, a operação deve ser realizada perto do início da radioterapia. Após o tratamento terminar, os ovários podem ser reposicionados. Neste período e depois da cirurgia, a atividade ovariana continua normal, mantendo-se o ciclo menstrual.
A operação é minimamente invasiva, podendo ser realizada por laparoscopia. Se houver a vontade de congelar óvulos, a aspiração pode ser feita durante o procedimento.
Quem pode fazer transposição ovariana?
A cirurgia de transposição ovariana é mais recomendada em casos de câncer localizados, como tumores em estágios iniciais e linfomas, e não é indicada para pacientes com mais de 40 anos.
Os principais riscos da ooforopexia incluem:
- falência prematura dos ovários
- formação de cistos
- lesões de ureter
- torção dos vasos sanguíneos ovarianos
- sangramento intraoperatório
- migração dos ovários de volta para a posição original
Quem desejar conduzir uma gestação tardia com ou sem problemas oncológicos deve procurar um ginecologista para realizar o seu planejamento gestacional e avaliar as opções disponíveis.
Já no caso de pacientes com câncer, recomenda-se aguardar entre seis meses a dois anos para tentar engravidar após o término do tratamento, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.