Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Teste do pezinho feito pelo SUS diagnosticará mais doenças

Governo federal aprova lei que amplia a quantidade de enfermidades detectadas por meio do exame na rede pública. Saiba quais são e a importância da mudança

Por Maria Tereza Santos
8 jun 2021, 12h26
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O governo federal aprovou uma lei que amplia o número de doenças que podem ser detectadas pelo teste do pezinho realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). O exame, que atualmente diagnostica apenas seis condições, passará a flagrar 53 – todas raras – assim que o decreto entrar em vigor.

    Publicidade

    Antes de falar sobre as novas enfermidades detectáveis pelo teste, vale lembrar que ele é feito entre o terceiro e o quinto dia de vida, a partir de uma amostra de sangue coletada do calcanhar do recém-nascido.

    Publicidade

    A geneticista Ana Maria Martins, da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), explica que o exame tem que ser realizado nesse momento porque as doenças que ele identifica só vão apresentar sintomas mais tarde.

    “O bebê portador da enfermidade aparenta ser saudável. Com o exame, a gente encontra alterações no sangue antes de qualquer manifestação física surgir”, aponta Ana Maria, que também é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    Publicidade

    Esse diagnóstico precoce é crucial, já que todas essas doenças geram complicações graves, como problemas cardíacos, ósseos e respiratórios, além de limitações das articulações e déficit no desenvolvimento neurológico.

    Quando os médicos identificam a alteração no resultado, ainda são necessários mais exames para bater o martelo. “São doenças importantes. Ao detectá-las cedo, é possível tratar”, arremata a geneticista.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Quais doenças o teste do pezinho detecta

    Hoje, o teste disponibilizado pela rede pública auxilia na descoberta de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, deficiência de biotinidase, fibrose cística, anemia falciforme e hiperplasia adrenal congênita (HAC).

    Com a ampliação, ele passa a contemplar as seguintes condições e tipos de enfermidade:

    Publicidade

    ● Toxoplasmose congênita;
    ● Galactosemias;
    ● Aminoacidopatias;
    ● Mucopolissacaridoses (MPS);
    ● Distúrbios do ciclo da uréia;
    ● Distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos;
    ● Doenças lisossômicas;
    ● Imunodeficiências primárias;
    ● Atrofia muscular espinhal (AME)

    Como a ampliação do teste do pezinho ajudará na luta contra as doenças raras

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 6 a 8 mil doenças raras, sendo que 30% dos pacientes vão a óbito antes dos 5 anos de idade. Além da falta de tratamento em parte dos casos, isso é explicado pelo diagnóstico tardio, que impede o início da terapia antes do agravamento da condição.

    Continua após a publicidade

    Estima-se que 13 milhões de pessoas no Brasil vivam com alguma enfermidade rara. Ana Maria explica que a ampliação do teste será importante não apenas para a saúde dos bebês, mas também para realizar melhorias na estrutura da triagem neonatal no país  que não passava por mudanças desde 2001, e aumentar o acesso a exames genéticos em geral no SUS.

    Publicidade

    A geneticista conta que, após a regulamentação da lei pelo Ministério da Saúde, as mudanças serão implementadas por fases, levando em consideração a estrutura de cada Estado.

    “Não é só incluir um teste novo. É necessário ter laboratórios e especialistas capazes de fazer o diagnóstico no Estado do paciente”, esclarece a professora.

    “Teremos benefícios no SUS de maneira geral porque, se melhorarmos os laboratórios e eles ficarem mais especializados nessas técnicas moleculares, favorecemos a detecção de qualquer doença rara”, conclui. Os Estados terão um ano para se preparar para realizar a mudança.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.