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Telemedicina auxiliaria no tratamento da tuberculose

Estudo britânico mostra que a aderência ao tratamento para tuberculose cresce quando o acompanhamento médico é realizado por telemedicina

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 29 Maio 2023, 12h27 - Publicado em 12 mar 2019, 15h14

A tuberculose atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo e mata mais de um milhão todo ano. Apesar de ela ser perigosa, seu tratamento, à base de antibióticos, costuma ser eficaz – desde que não seja interrompido. E parece que cientistas britânicos encontraram um aliado na busca por uma maior adesão aos medicamentos: a telemedicina.

O uso de tecnologias para conectar médicos e pacientes ganhou os holofotes no Brasil devido a uma nova regulamentação sobre o tema do Conselho Federal de Medicina (CFM) – que foi revogada posteriormente após muita polêmica. Independentemente dessa decisão, um estudo da Universidade de Londres, na Inglaterra, indica que esse método auxiliaria tuberculosos a não desistirem do tratamento.

Entre setembro de 2014 e outubro de 2016, foram observados 226 pacientes acima de 16 anos de 22 clínicas britânicas. Do total, 131 sofriam com histórico de situação de rua, alcoolismo, uso de drogas ou problemas mentais.

Todo o grupo foi dividido em duas turmas: uma, com 114 participantes, encontrava-se presencialmente com um enfermeiro, de três a cinco vezes por semana, para orientar a aplicação diária do medicamento e avaliar as reações. A outra, com 112, foi treinada para gravar vídeos pelo celular a cada vez que tomasse o remédio e enviar o material aos especialistas, junto com observações pessoais sobre efeitos colaterais.

Todos os voluntários deveriam ter acesso a um smartphone com internet e pelo menos 2 meses restantes em seu regime de tratamento, já que esse era o período pré-estabelecido para o desfecho do estudo.

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Os resultados

Após a análise, constatou-se que, entre os pacientes que recorreram a esse recurso da telemedicina, 78 (70%) completaram o tratamento direitinho durante dois meses. Em contrapartida, apenas 35 voluntários atendidos pessoalmente (31%) seguiram estritamente as regras do regime terapêutico.

Além disso, os cientistas constataram que a média do tempo gasto pela equipe por visita (incluindo o deslocamento) era significativamente maior do o que de analisar os vídeos. O tempo de ida até às clínicas gasto pelos indivíduos com tuberculose, comparado ao de fazer a gravação, era igualmente superior.

Os benefícios econômicos também saltaram aos olhos. No levantamento, o custo da assistência presencial realizada por seis meses seria de 5 700 euros por paciente observado cinco vezes na semana (e 3 420 euros para os assistidos três vezes por semana). Já o acompanhamento em vídeo durante seis meses saiu por 1 645 euros.

Apesar dos resultados animadores, os autores lembram que o estudo tem suas limitações. Exemplo: 7% dos arquivos digitais enviados estavam corrompidos – aí não dá para saber se a medicação foi aplicada ou não. Além disso, os valores e os tempos calculados podem variar de acordo com as regiões. Ou seja, talvez a tática valha a pena em uma cidade brasileira, porém não em outra.

Devido ao sucesso da operação, essa vertente da telemedicina foi adotada em Londres pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, incluindo até mesmo crianças menores de 12 anos com tuberculose. Os cientistas acreditam que, em contextos como esse, os recursos tecnológicos contribuirão para a eliminação da tuberculose.

Por fim, cabe o recado de que a telemedicina não pretende substituir o atendimento convencional e sim complementá-lo.

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