É uma das cenas mais clássicas no consultório e, com frequência, não rende comentário algum do médico: o uso do estetoscópio para auscultar o tórax do paciente. Em alguns casos, porém, ele pode identificar uma alteração — e, entre aquelas mais recorrentes, está o sopro no coração.
O sopro é um ruído detectado no músculo cardíaco que tende a ser inofensivo, mas, em alguns casos, ocorre como sintoma de alguma doença que exige tratamento, pois pode se agravar com os anos.
Saiba mais a respeito do sopro.
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O que é o sopro no coração?
Como o nome sugere, o sopro é um ruído que pode ser detectado no coração quando o sangue circula de forma atípica pelo órgão e seus vasos. Ele é facilmente perceptível pelo médico durante uma ausculta de rotina com o estetoscópio.
O sopro, em si, não representa necessariamente um problema de saúde, mas ao identificá-lo o médico deve solicitar exames complementares para verificar (ou descartar) possíveis causas para essa anomalia.
Por que o sopro ocorre?
O sopro no coração pode ocorrer sem estar associado a um problema ou ser considerado patológico.
No primeiro caso, ele é mais comum até a adolescência, pela forma como o coração e o sistema cardiovascular operam no começo da vida — questões anatômicas e funcionais podem produzir um sopro assintomático que tende a desaparecer até a idade adulta.
Quando se manifesta associado a doenças, o sopro pode ocorrer por problemas congênitos no coração ou por degeneração nas válvulas cardíacas, que vai piorando ao longo da vida da pessoa. Em estágios iniciais, pode não haver sintoma algum além do próprio sopro, mas, sem tratamento, essas doenças podem levar a sinais como:
- taquicardia
- tontura
- falta de ar
- cianose (pele azulada)
Com o tempo, se a causa de fundo não for tratada, as condições associadas ao sopro podem evoluir para uma insuficiência cardíaca grave.
É preciso tratar?
Depende. Quando o sopro se manifesta antes da idade adulta, ele pode estar relacionado a questões da formação do corpo que se resolvem sozinhas com o desenvolvimento físico que vem com a idade. Nesse caso, não costuma ser indicado tratamento.
Já se o sopro está associado a patologias, é preciso diagnosticar a causa específica e a gravidade do quadro. Em situações mais leves, medicamentos para controlar a pressão podem bastar. Em casos mais severos, cirurgias podem ser necessárias, como quando é preciso reconstruir ou substituir as válvulas.
Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo cardiologista com ajuda de exames como o ecocardiograma. Em todos os cenários, mesmo quando o sopro não é considerado patológico, recomenda-se monitoramento do quadro com exames periódicos para garantir que a situação permanece sob controle.