Sálvia, lavanda, jasmim, kumbayá… Cigarros de ervas fazem mal?
Vendidos como alternativas menos viciantes e capazes de ajudar a largar o fumo tradicional, esses compostos trazem riscos à saúde
Vendidos como uma alternativa “mais saudável” que os cigarros tradicionais (com tabaco), os cigarros de ervas ganharam espaço entre quem busca opções supostamente naturais e “artesanais” — já que, em geral, é o usuário quem decide o que e quanto vai enrolar para fumar. Mas será que eles são mesmo melhores?
Vale deixar claro que aqui não falamos de ervas psicoativas como a maconha, mas de opções vistas como menos capazes de gerar algum tipo de dependência. São combinados envolvendo plantas, especiarias e flores como sálvia, jasmim, cravo, camomila ou lavanda, entre outros, incluindo o famoso blend kumbaya.
As opções herbais por vezes não têm qualquer traço de tabaco e, em outros casos, o trazem em concentrações menores do que num cigarro comum. Mas, apesar da variedade de sabores e de um menor potencial viciante pela redução ou ausência de nicotina, eles continuam representando um risco em potencial para a saúde.
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Quais os riscos dos cigarros herbais à saúde?
Não importa o que você esteja queimando: qualquer cigarro traz malefícios à saúde. A queima produz substâncias tóxicas como monóxido de carbono e alcatrão, e a simples inalação da fumaça causa problemas.
Os incômodos podem ser agudos, como inflamações pulmonares e quadros de tosse, mas em muitos casos se desenvolvem ao longo do tempo, quando a pessoa começa a fumar de forma recorrente.
Problemas como câncer de pulmão ou de boca, além da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) continuam sendo uma preocupação mesmo em cigarros alternativos.
Também existe incerteza quanto a possíveis malefícios específicos causados pela queima de cada erva, pois em geral não há estudos robustos sobre o consumo delas em cigarros.
Existe alguma vantagem nos cigarros herbais?
É inequívoco: do ponto de vista da saúde, não existem benefícios em fumar. Mas é possível falar em uma vantagem comparativa oferecida por alguns cigarros de ervas frente ao produto tradicional — seu menor potencial de gerar dependência, desde que não se utilize uma substância viciante na mistura.
Em geral, os cigarros herbais buscam evitar o uso do tabaco ou, pelo menos, reduzir consideravelmente sua presença no blend. Isso faz com que a nicotina, a grande responsável pela dependência do fumo, torne-se cada vez menos presente.
A ideia é oferecer uma alternativa para pessoas que já são tabagistas e têm dificuldades para largar o cigarro. No entanto, essa abordagem ainda é questionada por alguns especialistas: isso porque, além da dependência química, é complicado se livrar do próprio hábito de fumar — ao trocar o cigarro de tabaco por um de ervas, a pessoa pode até ter menos nicotina no dia a dia, mas ainda assim estará mantendo esse costume danoso à saúde.
Se você está tentando parar de verdade, seja com o cigarro ou para outros hábitos nocivos que geram dependência, o recomendado é sempre buscar ajuda profissional para encontrar a alternativa que funcione melhor para o seu caso. A abordagem deve ser individualizada – não existe uma fórmula universal.