A baixa umidade do ar, equiparável ao clima de deserto em diversas cidades brasileiras, abre as portas para a piora de problemas respiratórios e dermatológicos. E o aumento da poluição oriunda das queimadas agrava ainda mais a situação.
Em contato com as vias aéreas e a pele, os poluentes causam irritação e inflamação, e prejudicam as barreiras de defesa, abrindo caminho para infecções e alergias. Na corrente sanguínea, atingem diversos órgãos e podem interferir na imunidade, levando a uma resposta autoimune exagerada.
A seguir, confira alguns quadros que podem ser desencadeados ou agravados pela combinação de tempo seco e poluição. Os próximos dias prometem se manter assim, com leve melhora partir de domingo (15), quando uma frente fria passa por algumas regiões do país.
Dermatite atópica
Crises da condição autoimune marcada por muita coceira, vermelhidão, descamação e aspereza da pele se tornam mais frequentes nesse cenário. Isso porque a baixa umidade do ar resseca ainda mais a derme, e o contato com poluentes atmosférico também danifica as células deste que é o maior órgão do corpo.
Para se prevenir, evite banhos quentes e prolongados e uso de buchas. Hidrate bem a pele com hidratantes, que podem ser aplicados várias vezes ao dia. O uso depois do banho melhora a eficácia do creme.
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Rinite
Uma das queixas mais recorrentes em períodos assim. Nesse caso, o problema é de origem alérgica, por conta do contato direto com poluentes, que exacerba processos inflamatórios no nariz.
Os espirros e coriza também podem ser deflagrados pela presença de vírus e bactérias, que aproveitam o ambiente desequilibrado para se proliferar.
A principal estratégia aqui é a lavagem nasal constante, com soro fisiológico, e a adesão a medicamentos prescritos pelo médico, no caso dos alérgicos.
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Conjuntivite
A saúde ocular já sofre mais com o tempo seco, e o potencial irritante dos poluentes facilita o surgimento da conjuntivite, irritação da conjuntiva, o tecido que reveste os olhos.
Se os olhos ficarem avermelhados ou muito irritados, busque atendimento médico para entender a origem do incômodo.
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Sinusite
A condição tem um surgimento parecido com o da rinite, e frequentemente uma está atrelada à outra. A sinusite é uma inflamação dos seios da face, cavidades anexas às vias aéreas que podem acumular o muco que circula por elas, facilitando o surgimento de entupimentos problemáticos por ali.
Entre os principais sintomas da sinusite, estão dores de cabeça e no rosto, congestão nasal e febre. A lavagem nasal também ajuda a aliviar a sinusite, mas ela pode exigir o uso de medicamentos específicos.
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Bronquite
Os pulmões são o órgão mais atingido pela poluição, pois tudo que inspiramos passa por eles, inclusive as substâncias tóxicas do ar. Isso eleva o risco de bronquite aguda (a que surge por uma irritação pontual) e pode piorar a bronquite crônica, ligada a doenças respiratórias.
Em ambos os casos, os brônquios, tubos que levam o oxigênio até os pulmões, são afetados. Eles ficam mais cheios de muco e contraídos, além de inflamados, o que obstrui a passagem de ar. Aí surgem falta de ar, cansaço, tosse e outros sintomas.
Lembrando que, além da bronquite, o tempo seco e poluído favorece o aparecimento de crises de asma. É preciso diferenciar as duas doenças para direcionar melhor o tratamento.
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Faringite e laringite
Muitas pessoas estão se queixando de rouquidão e dor de garganta nos últimos dias. Isso pode ser sinal de faringite ou laringite, inflamações na faringe e laringe, estruturas que ficam bem próximas na região da garganta.
Como podem ser causadas por vírus e bactérias, é bom consultar o médico para entender o melhor tratamento. E vale dizer que o incômodo na garganta também é sintoma de gripe e Covid-19.