Rim policístico: conheça a doença do cantor sertanejo Chrystian
A condição não tem cura, mas seus sintomas podem ser contidos. O ex-integrante da dupla sertaneja Chrystian e Ralf será submetido a um transplante
Internado no dia 22 de fevereiro, o cantor Chrystian, ex-membro da dupla sertaneja Chrystian e Ralf, será submetido a um transplante de rim no dia 11 de março. A doadora será a sua esposa, Key Vieira. O músico tem rim policístico, uma doença hereditária que, como o próprio nome indica, é caracterizada pela presença de múltiplos cistos renais.
Semelhantes a bolhas, os cistos se instalam na região do néfron, parte responsável por filtrar o sangue e eliminar a urina, essencial para o bom funcionamento do organismo. Podem conter material líquido ou substância semissólida no seu interior, o que os classifica como simples ou complexos.
Os rins aumentam de tamanho por causa da presença dos cistos. Sua proliferação pode levar à perda da função de um ou dos dois rins.
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Quais os sintomas dos rins policísticos
Algumas pessoas têm sintomas leves e demoram a perceber a doença. Mas a doença renal policística (DRP) acarreta dor nas costas, sangue na urina, micção frequente, hipertensão arterial e cólica devido a cálculos renais que podem se desenvolver. Muitos pacientes acabam precisando de diálise ou de transplante renal, como Chrystian.
Os cistos também pode aparecer em outros órgãos, como no fígado e pâncreas. A DRP está associada a diverticulose, ou seja, hérnias abdominais ou protuberâncias da parede do intestino grosso, e a problemas em válvulas cardíacas.
Estima-se que até 10% também podem apresentar aneurismas, que levam a AVCs. Por isso, o acompanhamento médico de pacientes com DRP deve ser frequente e contínuo.
O que causa os rins policísticos
Defeitos nos genes podem causar a DRP hereditária. O tipo mais comum ocorre quando a pessoa herda um gene dominante de um dos pais ou dois genes recessivos, um de cada progenitor.
Neste caso, os sintomas costumam parecer na vida adulta. Indivíduos que herdam o gene recessivo desenvolvem a doença de forma grave ainda na infância, que pode levar à insuficiência renal e à morte.
Como fazer o diagnóstico
O diagnóstico dos rins policísticos é feito por exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, que revelam a presença dos cistos nos rins e em outros órgãos.
Os exames genéticos são feitos para estimar a probabilidade de o indivíduo passar o gene envolvido com a DPR aos filhos. Mas o tratamento só é feito após o início dos sintomas.
Como tratar o rim policístico
É preciso tratar as infecções urinárias e controlar a pressão alta específicos para reduzir o impacto no rim. Estudos apontam que mais da metade das pessoas com a doença terão doença renal crônica com insuficiência renal em algum momento da vida, necessitando de diálise e transplante renal. Alguns pacientes podem precisar remover um dos rins, o mais afetado.
Em caso de dor por causa dos cistos, é necessário drenar o fluido presente no seu interior por aspiração. Apesar de trazer alívio das dores, o procedimento não interfere no curso da doença.