Queda de cabelo é mais comum em duas épocas do ano. Como evitar?
Segundo estudo, as pessoas perdem os fios capilares com maior intensidade no verão e no outono. Mas dá para se prevenir
Especialistas das universidades John Hopkins e Washington, ambas nos Estados Unidos, analisaram quão frequente é a busca pelo termo “queda de cabelo” no Google em oito países de diferentes partes do mundo. Após o rastreamento, eles concluíram que o outono e o verão são as estações em que mais pessoas procuram informações sobre esse problema na internet.
Segundo os autores, que publicaram o trabalho no jornal científico British Journal of Dermatology, esses achados são consistentes com o de estudos que apresentam uma maior incidência de perda dos fios nessas épocas do ano. Porém, o motivo para isso ainda não está elucidado.
Para a tricologista Mabe Gouveia, da clínica Valéria Marcondes, em São Paulo, há algumas boas hipóteses em jogo. “A teoria evolucionista defende que o aumento na queda durante o outono ocorre para que se tenha mais fios no inverno. Dessa forma, assim como vemos com outros animais, os humanos se protegeriam melhor do frio”, aponta.
Outra alternativa diz respeito à produção de melatonina, o hormônio que regula o ciclo de sono e nosso relógio biológico – mas que também fortalece as madeixas. “Sua produção é elevada à noite e cai durante o dia. Como o inverno tem dias mais curtos e noites mais longas, teríamos aumento de melatonina e, assim, menor queda de cabelo. No verão, seria o contrário”, informa Mabe.
Pensa que acabou? Que nada! De acordo com a tricologista, existe ainda a possibilidade de o sol mais intenso do verão induzir a perda das mechas. “A radiação causaria maior inflamação dos folículos, e o suor e estresse agravariam o quadro”, explica.
Como evitar a queda de cabelo, faça chuva ou faça sol
Independentemente da época do ano, o recado para quem tem notado a cabeleira rareando é buscar o auxílio de um especialista. Mabe conta que uma queda mais intensa é caracterizada pela perda de mais de 100 fios por dia. Mas não precisa contar um por um! Basta observar se tem muito cabelo no chão e no travesseiro ou se boa parte dele vai embora após a lavagem e enquanto você se penteia.
No consultório, o médico diagnosticará o tipo de queda por meio de exame dermatoscópico (a tricoscopia), conversa com o paciente e testes laboratoriais. Ele precisa considerar também fatores genéticos, nutricionais e hormonais.
Depois disso é que traçará o plano de ação. Segundo Mabe, há vários caminhos a seguir, como tratamentos orais, cremes, laser, LED e microagulhamento.
Melhor do que tratar é prevenir
Para sair do verão e do outono ostentando uma cabeleira (ou pelo menos frear a intensidade da queda capilar), há alguns cuidados que merecem ser colocados em prática no dia a dia. A dermatologista Valéria Marcondes ensina alguns:
Não tome banho muito quente
O calor deixa os fios mais fracos e quebradiços. “Dormir com o cabelo molhado também deve ser evitado, porque, uma vez úmido, ele fica frágil e quebra mais em contato com o travesseiro”, acrescenta.
Cuidado ao prender
Gosta do famoso rabo de cavalo? Pois saiba que, se apertar muito o cabelo, a tensão contribui para a ruptura dos fios. Para Valéria, uma boa dica é optar por acessórios de tecidos mais suaves (e não forçar tanto na hora de prender, claro).
A temperatura certa ao secar
“Use sempre o nível menos quente em seu secador e mantenha o bocal a uma distância de 15 centímetros do cabelo, especialmente nas extremidades. O processo pode demorar um pouco mais, mas ajuda a manter os fios saudáveis”, aconselha Valéria.