Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Semana do Professor: Revista em casa por 10,99

Quando ocorre a remissão do HIV? Ela é considerada uma cura?

Casos de pacientes que passaram a ter o vírus da Aids indetectável no corpo aumentam esperança de cura definitiva para a infecção

Por Maurício Brum
12 out 2025, 04h00
Fita vermelha que simboliza luta contra a aids.
Há algumas poucas pessoas que, mesmo quando infectadas com o HIV, não desenvolvem problemas.  (Foto: Alex Silva/A2 Estúdio)
Continua após publicidade

Os avanços médicos das últimas décadas representaram uma revolução para pessoas convivendo com o HIV, uma infecção que deixou de ser uma sentença de morte após o traumático início da epidemia nos anos 1980 e 1990.

Mas, mesmo com a evolução das terapias para garantir a qualidade de vida e a longevidade de pacientes soropositivos, ainda é difícil projetar uma cura definitiva para o vírus que, sem tratamento, é capaz de levar à aids. Nos últimos anos, notícias sobre a remissão do HIV devolveram as esperanças de que essa nova realidade pode estar no nosso futuro próximo.

Entenda melhor o que esse termo significa e como a remissão tem sido atingida ao redor do mundo.

+Leia também: 100% de eficácia: cerco se fecha contra o HIV, o vírus da aids

O que é a remissão do HIV? Ela representa uma cura?

Casos de remissão do HIV conhecidos atualmente se referem a pacientes que têm conseguido manter o vírus indetectável no organismo por vários anos, mesmo sem a administração dos medicamentos antirretrovirais usados no controle da infecção.

Essa situação ainda é muito rara: no ano passado, a 25ª Conferência Internacional sobre Aids, na Alemanha, reconheceu o que então era apenas o sétimo caso confirmado no mundo que correspondia a essas características, um homem alemão de 60 anos que desde 2018 não tem o vírus detectado em nenhum exame, sejam testes de sangue, com técnica viral ultrassensível ou biópsia de tecidos intestinais.

Casos de remissão do HIV têm sido tratados como equivalentes a uma “cura”, inclusive em publicações da área. Alguns especialistas questionam o uso do termo, que pode ser contraintuitivo e gerar confusões: em contextos de câncer, por exemplo, a remissão não é tratada como sinônimo imediato de cura, e sim como um período em que o tumor permanece indetectável ou sem crescer após o começo dos tratamentos.

Continua após a publicidade

Como atingir a remissão do HIV?

Como visto acima, a remissão do HIV ainda é uma realidade muito rara no mundo. Um dos desafios é justamente o receio de suspender o tratamento com antirretrovirais, mesmo em pacientes que poderiam ser candidatos à remissão: como esse processo ainda é alvo de estudos iniciais, há um temor de que o risco de interromper a medicação não seja compensado pelos eventuais benefícios.

As situações em que foi possível atingir a remissão do HIV envolveram pacientes que receberam transplantes de medula óssea. Até pouco tempo atrás, havia um limitador: a “cura” era possível quando as células-tronco vinham de doadores com uma mutação no gene CCR5 herdada dos dois progenitores, capaz de barrar o vírus em nível celular e impedir a proliferação do HIV no corpo.

Pessoas com essa mutação, estimada em 1% da população mundial, são “imunes” ao HIV. Mas o transplante de medula óssea nessas características é raríssimo: é preciso encontrar alguém que seja simultaneamente compatível com o paciente com HIV e que apresente as alterações no CCR5, uma combinação pouco comum.

A esperança aumentou nos últimos dois anos, quando pela primeira vez foram reportados episódios em que os doadores não correspondiam a essas características. O paciente alemão cujo caso foi publicado no ano passado recebeu o transplante de uma pessoa com apenas uma cópia no gene; em 2023, outro caso de remissão, na Suíça, ocorreu após o paciente com HIV receber células-tronco sem qualquer mutação no CCR5.

Continua após a publicidade

Mais estudos são necessários para entender por que algumas pessoas evoluem para a remissão mesmo sem a manifestação da mutação no CCR5.

Recentemente, em um estudo pioneiro brasileiro, um paciente ficou sem sinais do vírus em circulação por 17 meses.

Qual a diferença entre HIV e aids

O HIV é o vírus da imunodeficiência humana, patógeno sexualmente transmissível que pode infectar o organismo e atacar o sistema imunológico de uma pessoa. O HIV também pode passar de pessoa para pessoa por meio de fluídos e secreções infectados pelo vírus, como em transfusões de sangue ou no contato com ferimentos abertos.

A aids, por sua vez, é a manifestação mais avançada de uma infecção por HIV. O nome se refere à sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida, motivo que faz a doença também ser conhecida, por vezes, como SIDA.

Continua após a publicidade

HIV e aids foram tratados praticamente como sinônimos nos primeiros anos da epidemia, mas, com a evolução dos tratamentos, a distinção se tornou fundamental, já que uma infecção controlada por HIV não evolui para a aids. Para frear essa progressão, não é necessário alcançar a remissão: deve-se aderir ao uso dos medicamentos indicados para o seu caso.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.