Qual a diferença entre Wegovy, Ozempic e Rybelsus?
As três medicações contém semaglutida e são usadas para perda de peso, mas elas têm indicações e eficácia diferentes. Confira
O mercado das medicações anti-obesidade cresce tão rápido que é até difícil acompanhar as evoluções.
Neste contexto, muita gente tem dúvida sobre as diferenças entre Ozempic, o recém-lançado WeGovy e o Rybelsus.
Todos têm o mesmo princípio ativo, a semaglutida, e são fabricados pela Novo Nordisk, porém suas indicações e dosagens são diferentes. Confira aqui uma explicação rápida sobre as particularidades de cada um.
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Indicação
WeGovy: trata obesidade (IMC 30 ou maior) e sobrepeso (IMC 27 ou maior) com comorbidades em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos
Ozempic: trata diabetes tipo 2 não totalmente controlada em adultos. O uso que se faz para emagrecimento é off label, ou seja, não consta na bula.
Rybelsus: trata diabetes tipo 2 não totalmente controlada em adultos. O uso para emagrecimento também é off label.
Como tomar
WeGovy e Ozempic: canetas injetáveis intradérmicas semanais, que o próprio paciente aplica.
Rybelsus: comprimido oral diário, que exige uma série de cuidados. Deve ser tomado com o estômago vazio e engolido inteiro (sem partir, esmagar ou mastigar) com apenas um gole de água (no máximo meio copo, equivalente a 120 ml). Após tomar o Rybelsus, é necessário esperar pelo menos 30 minutos antes de comer ou beber.
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Princípio-ativo
WeGovy: 2,4mg de semaglutida.
Ozempic: 1mg de semaglutida.
Rybelsus: semaglutida, vendido nas versões 3mg, 7mg ou 14mg.
A concentração do Rybelsius é maior que os demais pois, ao passar pelo sistema digestório, boa parte da medicação é perdida. Em média, estima-se que 14mg de semaglutida oral correspondam a 1mg de semaglutida injetável.
É uma molécula que imita um hormônio intestinal humano, o glucagon 1 (GLP-1). Nosso corpo fabrica este hormônio naturalmente em resposta à ingestão de comida, e ele estimula o pâncreas a secretar insulina para que a glicose seja captada do sangue e vire energia nas células. O GLP-1 também retarda o esvaziamento do estômago e atua no sistema nervoso controlando a sensação de saciedade. A semaglutida age igual, porém dura mais: enquanto o GLP-1 natural atua por 3 minutos, a molécula sintética dura 7 dias. O uso da medicação está associado não apenas a melhoras do diabetes tipo 2 e obesidade, mas também a saúde do coração, rins e até fígado.
Diferenças na perda de peso
WeGovy: a média da perda de peso com o uso da semaglutida 2,4mg é 14,9%, mas um terço dos pacientes conseguiram perder mais do que 20% do peso corporal.
Ozempic: demonstrou reduções sustentadas, clinicamente significativas e estatisticamente superiores na emoglibina glicada (HbA1c) em comparação ao tratamento com placebo e controle ativo (sitagliptina, insulina glargina, exenatida e dulaglutida).
Quanto a perda de peso, a maioria dos ensaios clínicos usaram a dose do Wegovy (2,4 mg de semaglutida), e não a do Ozempic (1 mg). Mas, estima-se que a perda de peso seja de, em média, 10% do peso – podendo chegar a 15%.
Rybelsus: também mostrou ser eficaz no controle do diabetes tipo 2, mas poucas pesquisas relacionaram a perda de peso. Apenas o estudo PIONEER 4 mostrou que a perda de peso é comparável a da liraglutida (Saxenda ou Victoza) na dose de 1,8 mg (média de 5% do total).
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Preço
WeGovy: o mais caro, média de R$ 2400
Ozempic: entre R$ 900 e R$ 1.300
Rybelsus: o mais barato, entre R$ 550 e R$1200
Efeitos colaterais
Para todos, podem surgir questões gastrointestinais como náuseas, vômitos, dores estomacais fortes, desconforto no abdômen (como azia e queimação), dor de cabeça, sonolência e constipação.
A pessoa pode sentir fraqueza e indisposição. Quem tem refluxo ou bebe álcool regularmente precisa conversar bem com o médico antes de apostar optar por essa categoria de medicamentos.