Programa promove assistência remota a crianças com câncer
Um dos trabalhos vencedores do Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica criou uma rede para detectar mais cedo tumores no público infantil
A rede TeleOncoped é a vencedora da categoria Telemedicina e Plataformas Digitais da edição 2024 do Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica.
O trabalho, desenvolvido pelo Instituto do Câncer Infantil, no Rio Grande do Sul, se vale de ferramentas de telessaúde para agilizar e aperfeiçoar o atendimento de crianças e adolescentes com suspeita de um tumor. Com abrangência regional e possibilidade de escalabilidade nacional, a ferramenta agiliza e simplifica esse tipo de assistência.
Funciona assim: ao atender uma criança com sintomas sugestivos em Unidades Básicas de Saúde (UBS), o profissional pode entrar em contato com médicos especializados para discutir casos, compartilhar a tomada de decisão, agilizar exames e providenciar a transferência para centros de referência. Dos atendimentos feitos até agora, 24% se confirmaram como câncer.
Sem a iniciativa, encontrar esses casos poderia levar muito tempo. “Uma criança com dor na perna, por exemplo, pode chegar ao pronto-socorro, ser encaminhada para a fila de consulta com o ortopedista, o que já pode demorar meses, e só depois ser direcionada à atenção especializada para, enfim, receber o diagnóstico correto”, expõe o pediatra Algemir Brunetto, superintendente do Instituto do Câncer Infantil (ICI), de Porto Alegre.
A plataforma contempla ainda um espaço de capacitação à distância para treinar as equipes de saúde a reconhecer os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Mais de 3 mil profissionais já passaram por capacitações na plataforma.
Com a inovação, entre outras vantagens, os criadores esperam democratizar o acesso a especialistas em oncologia pediátrica, melhorar o acesso à informação sobre o câncer infantil, reduzir o desperdício com exames desnecessários e, sobretudo, encaminhar o paciente para o local certo, na hora certa.
O projeto deu tão certo que está sendo apresentado a outras regiões: lá na outra ponta, o Rio Grande do Norte se interessou em adotá-lo. “Ele é totalmente reproduzível. Temos a esperança de que se instale em escala nacional”, diz Brunetto.
Assista ao vídeo a seguir para entender a iniciativa na prática:
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