Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

SUS disponibilizará primeiro remédio específico para asma grave

O omalizumabe é um medicamento exclusivo para quem não responde ao tratamento habitual. Saiba mais sobre ele, o que é a asma grave e quais seus sintomas

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 15 jan 2020, 17h16 - Publicado em 14 jan 2020, 18h01
asma grave como tratar
Omalizumabe é um medicamento de uso contínuo para pacientes com asma grave. (Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec) aprovou a inclusão no SUS do primeiro remédio indicado especificamente para asma grave. Produzido pela farmacêutica Novartis, o omalizumabe é um medicamento biológico e será disponibilizado nos hospitais públicos de referência a partir do final de junho de 2020, segundo o Ministério da Saúde.

Antes de falarmos sobre a ação dessa droga (já disponível no sistema privado), é necessário entender o que é a asma grave. De acordo com a alergologista Yara Arruda Marques Figueiredo Mello, da Associação Brasileira de Asmáticos (Abra), ela pode ser definida como uma versão da doença que não é controlada mesmo quando seu portador segue todo o tratamento e as recomendações do médico. Os sintomas mais intensos e frequentes (e podem levar à morte).

Para quem não sabe, a asma é uma enfermidade inflamatória sem cura que acomete os pulmões. Durante uma crise, o indivíduo apresenta sintomas como tosse, chiado no peito e falta de ar.

Estima-se que 300 milhões de pessoas são asmáticas no mundo, sendo 20 milhões brasileiras. De 5% a 10% dos casos possuem asma grave.

Yara conta que alguns portadores da asma até sofrem com crises mais fortes, porém conseguem evitar essas repercussões ou ao menos amenizá-las consideravelmente se mantiverem o tratamento em dia. E sim: esse problema respiratório exige medicação constante, inclusive quando os sintomas somem.

Continua após a publicidade

“Mas existe uma parcela pequena de pacientes que não responde à terapia-padrão adequadamente. A gente faz tudo conforme os protocolos, a pessoa adere ao tratamento e, mesmo assim, fica difícil controlar”, relata a especialista. “Há estratégias mais modernas e diferenciadas que só recomendamos para esse grupo específico, que tem asma grave”, afirma. É aí que entra o omalizumabe.

Como o omalizumabe age contra a asma grave

O tratamento para essa encrenca se divide em dois. Há os medicamentos utilizados durante a manifestação dos sintomas para tentar aliviar a crise e os de uso contínuo. É nessa segunda categoria que entra o omalizumabe.

Seu diferencial, no entanto, é ser um anticorpo monoclonal anti-IgE. Oi? Calma que vamos explicar.

Continua após a publicidade

Entre os vários componentes do nosso sistema imunológico, existe o anticorpo IgE, que, em doses normais, ajuda a combater infecções. O problema é que, em gente com alergia, o simples contato com ácaro, poeira, fumaça de cigarro e outras substâncias alérgenas promove um aumento expressivo da produção de IgE. É como se o organismo reconhecesse esses componentes como grandes inimigos e desencadeasse uma reação desproporcional.

Na asma, essa superativação das nossas defesas naturais afeta o funcionamento dos brônquios. A função do omalizumabe, portanto, é bloquear a ação do anticorpo IgE. Com isso, há uma queda no risco de o contato com substâncias alérgenas gerar essa resposta exagerada do organismo. O medicamento é aplicado com uma injeção a cada 15 ou 30 dias e os efeitos colaterais são mínimos.

Para Yara, a novidade traz ganhos na qualidade de vida por diminuir as crises de asma grave e minimizar sua intensidade. “Falando em repercussão socioeconômica, esses pacientes oneram o sistema, porque são internados muitas vezes. Embora a medicação também tenha um custo alto, o impacto econômico será positivo”, opina a profissional.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o preço máximo de venda ao governo do omalizumabe varia de R$ 694,46 a 1736,16 por frasco, dependendo da concentração do princípio ativo e do estado. Segundo Yara, cada paciente usa um frasco ou mais por aplicação, que, como dissemos, pode ser refeita a cada 15 ou 30 dias.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.