Ondas de calor da menopausa são mais intensas em mulheres obesas
Brasileiras muito acima do peso sofreriam mais com fogacho e outros sintomas que surgem com a chegada dessa fase da vida
Uma pesquisa acaba de destacar as dificuldades que a obesidade pode trazer à vida de mulheres acima dos 40 anos. Conduzida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pelo ginecologista Sylvio Saccomani, ela sugere que, quanto maior o peso na balança, maior a intensidade dos fogachos — aquelas ondas de calor típicas da menopausa.
Para chegar a essa conclusão, foram entrevistadas 749 mulheres entre 45 e 60 anos de idade, vindas de 19 municípios diferentes. “Verificamos que existe uma progressão na intensidade do sintoma de acordo com o crescimento no IMC [índice de massa corporal]”, explica Saccomani, em entrevista ao Jornal da Unicamp. “As queixas já pioram com o sobrepeso”.
As participantes obesas também relataram sofrer mais de problemas urinários e secura vaginal. Tudo isso, junto, chegava a afetar o trabalho, o lazer e a vida sexual.
A notícia contraria a hipótese de que a obesidade protege as mulheres diante de dificuldades típicas do avançar dos anos. De acordo com essa tese, a maior quantidade de hormônio feminino no corpo de quem está acima do peso evitaria os fogachos. “[Esse] é mais um trabalho sugerindo que a teoria da piora das ondas de calor na obesidade é mais predominante hoje em dia”, opina Lucia Costa-Paiva, ginecologista e orientadora da tese, também no Jornal da Unicamp.