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O que é o “pulmão de ferro”, dispositivo utilizado por Paul Alexander

Advogado norte-americano morreu em 11 de março, após sete décadas em equipamento que ajudava sobreviventes de poliomielite a respirar

Por Yasmmin Ferreira
14 mar 2024, 10h18

Paul Alexander, conhecido nas redes como o “Polio Paul” ou “Homem do Pulmão de Ferro”, morreu aos 78 anos no dia 11 de março. Ele era famoso por ser a última pessoa dos Estados Unidos a depender de um antigo dispositivo utilizado por sobreviventes da poliomielite com sequelas respiratórias: o pulmão de ferro, por vezes chamado de pulmão de aço.

Ele entrou para o livro dos recordes em 2022 como a pessoa há mais tempo usando a máquina: foram mais de sete décadas desde as complicações da pólio contraída em 1952, quando tinha seis anos. Paul morreu em Dallas, no Texas, devido a complicações de uma infecção causada pela covid-19.

+Leia também: O que é a poliomielite e por que ela preocupa tanto?

Como funciona o “pulmão de ferro”?

Também chamado de ventilador de pressão negativa, o pulmão de ferro é um dispositivo médico antigo utilizado para auxiliar pacientes com disfunções respiratórias.

A pessoa é colocada dentro de uma grande câmara hermética, em que apenas a cabeça fica para o lado de fora. Uma bomba então é utilizada para alterar a pressão do ar dentro da câmara (o “pulmão”), criando uma pressão negativa ao redor do tórax. Essa pressão faz com que os pulmões se expandam, facilitando a entrada de ar.

Essencialmente, o “pulmão de aço” substitui a função dos músculos respiratórios do paciente, como o diafragma, que podem estar comprometidos devido à paralisia.

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Em quais casos o “pulmão de aço” era utilizado?

Os problemas respiratórios mais comuns tratados com esse dispositivo eram sequelas de doenças como a poliomielite. Também conhecida simplesmente como pólio ou paralisia infantil, essa condição é contraída através de um vírus e pode provocar danos permanentes em diferentes partes do corpo.

Hoje, o avanço da medicina tornou o pulmão de ferro obsoleto. Os ventiladores mecânicos modernos oferecem uma gama muito mais ampla de opções de ajuste e controle, além de serem mais confortáveis e menos restritivos aos pacientes.

Nos dias atuais, só é comum ver o antigo equipamento em situações excepcionais ou em casos como o de Paul Alexander: pacientes idosos que preferiram seguir utilizando a máquina à qual já estavam adaptados.

Pessoas com sequelas da poliomielite também se tornaram uma raridade após a introdução da vacina contra o vírus, em 1955. A vacinação em massa, para a pólio e outras doenças, tem sido fundamental na erradicação de diversos problemas pelo mundo, evitando casos como o de Paul Alexander.

+Leia também: Caderneta de vacinação: quais doses a criança deve tomar – e quando

Como foi a vida de Paul Alexander?

Nascido em 1946, Paul foi diagnosticado com poliomielite aos 6 anos. Como consequência da paralisia infantil, enfrentou uma disfunção pulmonar que tornou a respiração sem assistência mecânica uma tarefa quase impossível.

Na época, o método preferencial para salvar vidas nessa situação era o uso do pulmão de ferro. Em entrevistas posteriores, ele contou que, à medida que os avanços na tecnologia de ventilação surgiam, já havia se acostumado com o pulmão artificial e preferiu não trocar o suporte por uma máquina mais moderna.

Paul também aprendeu a passar períodos fora do pulmão de aço, o que lhe permitiu ir à faculdade e trabalhar como advogado. Ele obteve doutorado em direito pela Universidade do Texas e contou sua história no livro Three Minutes for a Dog: My Life in an Iron Lung (Três minutos por um cão: minha vida em um pulmão de ferro, não lançado no Brasil).

O título faz referência a um desafio que o ajudou a aprender a respirar fora da máquina por tempos cada vez mais longos: Paul ganharia um cãozinho de presente se conseguisse passar três minutos sem o pulmão de aço. Com o tempo, ele se tornou capaz de sobreviver por horas fora da máquina, utilizando os músculos da garganta para forçar o ar a entrar nos pulmões, a chamada “respiração de sapo”.

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