Olhos vermelhos, visão embaçada e a sensação de um corpo estranho são sintomas de que algo não vai bem na saúde dos olhos, mas nem tudo é conjuntivite. Esses sinais podem indicar também a presença de pterígio, doença também conhecida como “carne no olho”.
A condição é o resultado de um crescimento anormal da membrana conjuntiva que protege o globo ocular. Avançando na direção do centro do olho, podendo crescer por cima da córnea, o pterígio não tratado leva a problemas de visão.
A condição cresce de forma lenta ao longo da vida e, apesar de ser benigna e indolor, pode causar distorções do formato da córnea, diminuição na visão e astigmatismo induzido.
Quais são os sintomas e as causas do pterígio?
Existem casos em que o pterígio é assintomático e a condição também pode ser detectada em pacientes que ainda não estão com uma formação carnosa visível a olho nu. Os sintomas variam entre sensação de ardência nos olhos, dificuldade em lacrimejar, visão turva e sensibilidade à luz.
Quando a doença está mais desenvolvida, os pacientes costumam apresentar o crescimento de um tecido branco e translúcido em direção ao centro do olho que pode afetar a visão. Esse tecido também pode dificultar a visualização de uma catarata, atrasando seu diagnóstico e tratamento.
O pterígio pode afetar pessoas em qualquer faixa etária, mas predomina em adultos e idosos. Ele pode acontecer por razões genéticas, mas as principais causas estão associadas à exposição ao sol e aos raios UVA e UVB. Por isso, a doença se manifesta predominantemente na região Nordeste do Brasil, na qual a incidência de sol é maior.
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Fatores ambientais irritantes aos olhos também podem contribuir para o desenvolvimento do pterígio, tais como fumaça, produtos químicos, pólen, poeira e areia.
Como prevenir e tratar o pterígio
A melhor medida preventiva contra o pterígio é proteger os olhos adequadamente contra quaisquer fatores estressantes bem como a utilização de óculos escuros com proteção 100% contra raios ultravioleta.
Ao apresentar quaisquer sintomas de irritação nos olhos, deve-se procurar um oftalmologista para avaliação clínica do grau da doença. Dependendo dos resultados, o médico indicará as melhores formas de tratamento que podem incluir o uso de colírios ou pomadas.
Em casos nos quais o desconforto é muito grande ou em que afetam a visão, também pode ser indicada a realização de um procedimento cirúrgico para a remoção do pterígio. A cirurgia é simples, de baixo risco e está disponível na rede pública de saúde.
O pós-operatório tem duração de sete a dez dias nos quais o paciente deve adotar a medicação adequada e evitar a exposição à luz solar.