O que é o expossoma e qual sua relação com a saúde da pele?
Influências ambientais ao longo da vida somam-se à genética para explicar efeitos na pele e no organismo

A pele é reconhecida como o maior órgão do corpo humano e serve como a principal barreira de proteção para o organismo. Pelo mesmo motivo, a derme está constantemente exposta a fatores externos, como a poluição e a radiação solar. Eles se juntam a fatores “internos”, como má nutrição e questões genéticas, para levar a uma série de problemas em potencial.
A acumulação desse conjunto de danos ao longo da vida e a forma como cada pessoa reage a eles é chamado de expossoma. O conceito foi criado em 2005 pelo epidemiologista Christopher Wild e, desde então, tem motivado pesquisas científicas que tentam entender os efeitos da exposição ambiental sobre a saúde humana.
Exposições ambientais ao longo da vida ajudam a explicar doenças
Durante a primeira metade do século 20, surgiram as primeiras pesquisas dedicadas à entender como a poeira e os químicos afetavam a saúde de mineiros e trabalhadores de fábricas. Após os anos 1950, esses estudos passaram a se dedicar aos poluentes urbanos da água e do ar. Foi então que a ciência estabeleceu uma relação concreta entre a exposição a certos elementos e o desenvolvimento de doenças.
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No entanto, como explicar que algumas pessoas expostas a um mesmo poluente tiveram certa doença enquanto outras não desenvolveram nenhuma enfermidade? A mera exposição não era o suficiente.
Mais tarde, quando o conceito do expossoma foi criado, os fatores internos (fisiologia, idade e genética) e externos (local de residência, condições socioeconômicas) de cada indivíduo passaram a ser considerados. Por isso, o estudo dos expossomas também leva em consideração o perfil genético de cada um para entender como os fatores de exposição levam à diferentes respostas no organismo.
A relação do expossoma com a pele e a saúde
A combinação entre as condições de vida e a qualidade da saúde tem ganhado cada vez mais atenção ao passar dos anos. Aos poucos, a ciência avança na compreensão dos fatores envolvidos nessa combinação, indo do macro, como o saneamento básico, ao micro, identificando micróbios e partículas de poluentes no ar.
Desse modo, tem sido possível controlar melhor condições desencadeadas por esses elementos, como a asma e alergias diversas.
Outro ponto de interesse recente tem sido o impacto destes fatores ambientais sobre a pele. Agentes como a radiação ultravioleta e a poluição são apontados como alguns dos principais desencadeadores de radicais livres, responsáveis pelo estresse oxidativo e processos inflamatórios no organismo. Estes, por sua vez, podem provocar manchas e diminuir a elasticidade da pele.
Fatores internos como a menopausa e disfunções hormonais também podem levar à perda de colágeno cutâneo, mudanças no Ph da derme e na produção natural de sebo. Na pós-menopausa e durante o envelhecimento, a deficiência de estradiol está relacionada com a redução do teor de água da pele e em processos de cicatrização.
Para prevenir e atenuar essas condições, o indicado é estabelecer um ritual de cuidados adequados:
- Hidratação da pele
- Uso de produtos antioxidantes com vitaminas C, E e B3 (niacinamida);
- Uso diário de filtro solar com ampla proteção
- Produtos com retinoides, alfa-hidroxiácidos e ácido hialurônico
- Alimentação com consumo de gorduras saudáveis, como Ômega 3, 6 e 9
- Hábitos de rotina como a prática de exercícios físicos, manutenção do sono e evitar o tabagismo também contribuem para a saúde da pele e do organismo.