O que é a nistatina e para que serve esse medicamento
Ele trata doenças provocadas pelo fungo Candida albicans, do sapinho à candidíase. Confira as diferenças entre a versão creme, comprimido, líquido e óvulos
A nistatina é um medicamento atuante contra os fungos da família Candida albicans, que provocam doenças em adultos e crianças.
Seja na forma de pomada, comprimido ou líquido, ele é encontrado em sua forma genérica nas farmácias, mas também vendido sob diversos nomes comeriais como, por exemplo, Albistin, Nistax , Nistaval, Fungistatina, Micostalab, entre outros.
O que é a nistatina e para que serve?
É um remédio que combate fungos da família Candida albicans. Esse micro-organismo provoca diversos tipos de doença, apesar de mais frequentemente relacionado à candidíase vaginal.
“Ele causa sapinho na boca das crianças (candidíase oral), micose nas dobras da pele e ainda acomete homens pela candidíase peniana”, explica Natasha Mayer, farmacêutica de Manaus.
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Em casos mais graves, a reação a esse fungo pode se apresentar como uma infecção interna. “Nesse cenário, ele ataca vias urinárias, esôfago, pulmão (pneumonia fúngica) ou, o pior dos cenários, meningite fúngica, na membrana cerebral”, completa Natasha.
Para adultos: comprimido, creme ou suspensão oral?
Quando o tratamento é direcionado à candidíase vaginal ou peniana, costumam ser prescritos comprimidos antifúngicos que, na maioria das vezes, são de dose única.
Entretanto, dificilmente a estratégia é efetiva sozinha, segundo a ginecologista e obstetra Vanessa de Souza Santos Machado, do Vera Cruz Hospital, em Campinas. “É sabido que a Candida tem um ciclo de vida longo, então, a preferência é por cremes, que podem pegar os fungos em todas as fases”, explica amédica.
A pomada ou creme de nistatina costuma ser utilizada por 14 dias, com aplicações diárias.
Combinar ou não esses medicamentos é uma decisão a ser tomada em parceria com o médico. “Pode ser escolhido o uso oral e tópico junto, assim como é possível associar a substância a outros antifúngicos mais potentes, se necessário. Tudo depende do perfil do paciente e do diagnóstico”, explica Natasha.
Na versão oral, a nistatina também trata a candidíase no trato digestivo, ou esofagite por Candida. Aqui, outro remédio prescrito para o tratamento é o fluconazol.
Para que serve o formato de óvulos vaginais?
Os óvulos (uma espécie de supositório, mas de uso vaginal) são a forma farmacêutica mais confortável para tratamento de candidíase nas mulheres, segundo Natasha. Eles são rígidos, por isso, mais fácil de ser aplicado.
“Eles são inseridos dentro da vagina e não escorrem, o que evita maiores desconfortos para a mulher”, explica a farmacêutica.
É comum, ainda, que, na versão de óvulos, a nistatina venha associada ao metronidazol, um antimicrobiano muito utilizado para tratar infecções bacterianas vaginais.
Uso pediátrico
O fungo Candida albicans pode causar nas crianças a chamada monilíase oral, vulgo sapinho, e também lesões no períneo.
A nistatina é a substância mais eficaz para combater esses casos, segundo a pediatra Juliana Toshica Kunisawa Okuyama, do Vera Cruz Hospital, em Campinas.
Para os pequenos, é usual fazer a combinação das formas líquida com a tópica (creme ou pomada), conforme prescrição médica.
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A médica faz um alerta. É comum surgirem feridas na região do períneo do bebê devido ao uso frequente de fraldas, mas nunca utilize esse tipo de medicamento com a intenção de prevenir infecções.
“Há o risco de induzir a criança à resistência fúngica desnecessária”, pontua Juliana.
Há efeitos colaterais no uso da nistatina?
São raros, mas não impossíveis, alerta Natasha.
No caso de creme, pomada ou mesmo o óvulo, a pessoa pode apresentar coceira, irritação ou sensação de queimação na pele. Já a suspensão oral pode causar náuseas, vômitos, diarreia ou dor abdominal.
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Qual a diferença da Nistatina para outros antifúngicos do mercado?
Esse medicamento atua especificamente nas infecções causadas pelo fungo Candida albicans – ao contrário de outros que possuem um espectro mais amplo.
“É um dos antifúngicos mais populares e de valor acessível”, pontua Natasha. “Entretanto, por apresentar elevado grau de toxicidade e possuir baixa absorção no metabolismo, seu uso prolongado ou repetitivo deve ser evitado”, alerta a farmacêutica.