O que é a doença mão-pé-boca?
Se você convive com crianças pequenas, certamente já deve ter presenciado essa infecção que provoca surtos com frequência
Entenda como acontece essa famosa infecção viral que acomete em especial as crianças pequenas:
1. A transmissão
A doença é provocada por alguns enterovírus, os Coxsackie — são vários subtipos ligados a ela. A transmissão é fácil: ocorre direta ou indiretamente, por meio do contato com fezes ou secreções respiratórias dos indivíduos infectados.
Por isso, as creches e escolinhas são um ambiente muito favorável aos surtos.
2. O ataque
Os Coxsackie são do gênero do poliovírus, da poliomielite, mas em geral bem menos patogênicos. Quando o vírus entra no corpo, fica incubado por um período que varia de três a seis dias.
Depois, provoca lesões avermelhadas na forma de vesículas e bolhas. A criança pode ter febre, mal-estar e dor de garganta.
3. As lesões
Às vezes, aparecem úlceras na parte de dentro da boca, na úvula (aquele sininho que fica no fundo da cavidade oral), na língua e em outras partes da mucosa. Somadas à dor de garganta, elas podem afetar a deglutição e a ingestão de líquidos.
A desidratação é a complicação mais comum por causa dessas chateações.
4. Os sintomas
As bolhas também podem se concentrar nas mãos e nos pés. Só que, em algumas situações, há apenas febre, nariz escorrendo ou queixas gastrointestinais.
O diagnóstico geralmente é clínico, mas, como há muitas doenças que causam sintomas similares e lesões na pele, o médico pode pedir exames de sangue.
5. A resolução
A infecção tende a ser leve e se resolver sozinha em poucos dias. O tratamento visa aliviar sintomas como febre e dor no corpo, com analgésicos e antitérmicos.
+ Leia também: Doença mão-pé-boca: o que é, diagnóstico, sintomas e tratamento
A hidratação precisa ser reforçada. Medicamentos antivirais já mostraram ação contra o Cocksackie em estudos, mas não são usualmente prescritos.
6. O alerta
Bebês muito novos ou com comprometimentos no sistema imune precisam ser observados com atenção, porque estão mais sujeitos a complicações neurológicas.
Alguns sorotipos do vírus gostam de viajar ao sistema nervoso central, podendo provocar alterações cardíacas, circulatórias e pulmonares.
Como lidar com os surtos?
A mão-pé-boca foi identificada pela primeira vez nos anos 1950, mas os casos têm se tornado mais frequentes nas últimas décadas, informa a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A maioria deles ocorre no outono e no verão, mas, no Brasil, pelas características climáticas, o padrão é menos distinto, tanto que se vê a doença o ano todo.
Não há muito o que fazer para prevenir, além dos cuidados básicos que valem para todas as infecções, como higienizar mãos após trocar fraldas, reforçar a limpeza de ambientes e desinfectar superfícies e objetos tocados pelos doentes.
Ao notar os sintomas, a criança deve ser afastada da escola e o pediatra procurado, inclusive para um retorno ao fim dos sintomas. Isso porque as manchas podem sumir, mas o vírus ainda estar sendo transmitido.
Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Paulo Abrahão, pediatra do Grupo Prontobaby, no Rio de Janeiro